CENA – Jovem Dionísio sai do aconchego da internet e dá as caras ao vivo pela primeira vez em São Paulo. E gosta da experiência

* O estilosamente versátil quinteto curitibano Jovem Dionísio é a banda apropriada para estes tempos. Seu “bedroom pop” alto astral é considerado um alento nessa nova leva de apresentações ao vivo em meio à ainda capenga retomada de shows. Sentimento de “feel good” passando do palco para a galera, da galera para o palco.

Para ver isso de perto, a poploader Lina Andreosi foi ao Cine Joia ontem sentir “a energia”. E sentiu!


Neste último domingo, a banda curitibana Jovem Dionísio fez sua estréia nos palcos de São Paulo, mais especificamente no do recém-reformado Cine Joia.

Formada em abril de 2019, a junção dos amigos de infância vem trazendo grandes resultados que podem ser explicados por uma união positiva de dois fatores: parcerias estratégicas que amplificaram sua audiência desde o início (hoje a banda tem mais de 1.4 mi de ouvintes mensais no Spotify) e o fato de que eles parecem saber muito bem o que estão fazendo, lançando singles pontuais que entregam tudo que a geração Z quer (músicas bem construídas, com batidas imersivas e refrões quase tão cativantes quanto os da americana Olivia Rodrigo, por exemplo).

Apesar de não terem gravado um álbum completo ainda, desde 2020 a Jovem Dionísio – cujo nome é herdado do bar onde os amigos se encontravam – já lançou mais de 15 músicas. E entre elas encontramos desde um remix do Vintage Culture (hit entre as festas de música eletrônica) até uma colaboração com a banda Gilsons, o que deixa claro que os curitibanos não têm interesse em se prender a um só gênero musical.

Com essa “breve” introdução podemos entrar na parte que me traz aqui: o show.

Todas as informações acima levariam um leigo a crer que uma banda que passou a maior parte de sua existência numa pandemia não estaria tão acostumada com a energia dos palcos. Bom, essa suposição estaria completamente errada. Tal como a execução brilhante de todos os lançamentos de singles, o show foi claramente muito bem ensaiado para entregar ao público a melhor experiência dionisíaca.

Claro, não dá para negar que os rostos dos cinco jovens passaram boa parte da apresentação maravilhados com a audiência de mais de 900 pessoas que entoavam as músicas de volta para eles em tons ensurdecedores.

Mas o que realmente encantou foi o controle de palco da banda, como poucas da CENA hoje parecem ter, para tomar para si uma casa como o Joia e engajar a audiência do jeito que visto ontem, sendo ainda, bom repetir aqui, logo na primeira apresentação em São Paulo.

Uma das dúvidas que tinha como ouvinte da banda nos streamings era como as músicas escritas por Gabriel “Mendão” – aka o agroboy indie favorito da nação – se traduziriam ao vivo, principalmente quando levamos em questão que estamos falando de um grupo que tem um guitarrista só e músicas que geralmente usam muito bem recursos externos e eletrônicos para completar suas melodias.

Bom, com a guitarra você não precisa se preocupar, porque a destreza de Rafael Mendes brilha absurdamente, o que, combinado ao fato de que eles conseguiram traduzir as backtracks para o palco, ela deixa ainda espaço para que Ber Hey e Gustavo Karam amarrem as músicas perfeitamente.

Toda essa capacidade instrumental de nada serviria se o frontman não fosse Ber Pasquali. Esse é um cara que consegue concentrar a atenção de todos no local. Ele canta suave e com um jeitão despojado, e no domingo se preocupou em sempre deixar clara a alegria de estar em frente às pessoas finalmente.

Um dos destaques da noite foi a participação de Ana Caetano, do duo AnaVitoria, com quem a banda gravou a música “Aguei”, e que levou a jovem plateia à loucura.

Showzão, enfim.

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* As fotos usadas aqui e na chamada da home da Popload são da Lina Andreosi.

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