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* Popload em Indio, no deserto da Califórnia, no Vale do Coachella, terra entre as falhas geológicas de San Andreas e San Jacinto, onde, dizem, uma hora pode ter o terremoto que vai fazer Los Angeles (e a região) sumir do mapa. Toc toc toc.
* A Popload está no Coachella em parceria com o site “Vírgula”, que também recebe cobertura em texto/fotos/vídeos do festival.
* Ontem, entre as atrações principais do festival, estavam Black Keys, Pulp, Arctic Monkeys, M83 e a… água.
* Dia que entrou no top 5 dos mais quentes da história do Coachella Festival, ontem o calor batia nos 41º durante, por exemplo, o show da banda britânica James e, no outro palco, dos indie kids americanos do Neon Indian. Tim Booth, o vocalista do James, tocou sem camisa o show inteiro.
O Black Keys arrasou. Embora venha tocando em arenas nos últimos tempos, o do megaestrelato indie, a dupla de Ohio segurou de uma maneira até fácil a onda de tocar num palco do tamanho deste principal do Coachella, que não é mesmo para “iniciantes”. Coeso, brutal quando preciso, tranquilo às vezes para balancear, o duo (com uma banda de apoio por trás, no reforço) fez uso do ótimo telão (que falhou perto do fim), de globo disco gigante e contou com participação especial em uma música do cantor e guitarrista John Fogerty, do Creedence Clearwater Revival, numa homenagem para algum influente (para eles) músico recém-morto, que eu não consegui entender quem. Showzão.
Garotas tuitando na grama, esperando o show do Nirvana. Ops, acho que não é bem isso…
“Parceiros” do Black Keys na tour americana, a banda inglesa The Arctic Monkeys fez outro de seus costumeiros concertos lindos. Mais curto que no Lollapalooza BR, músicas bem escolhidas em seu já vaaaasto repertório, entre novas, muito novas e clássicos, Alex Turner de camiseta preta no sol (pelo menos não tava com a jaqueta de couro), uma guitarra em alta velocidade sem concessões. Foi mais ou menos isso de que constituiu o show dos garotos de Sheffield ontem, no lindo final de tarde do Coachella.
O indie pop teatral do Pulp, liderado no palco pelo contador de histórias Jarvis Cocker, é outro que faz muito sentido quando apresentado em começo de noite acalorada num festival paradisíaco como o Coachella. Óbvio que o showzão está ali, para seus olhos, mas é uma grande opção só ouvir Jarvis cantar (ou falar) quando se deita na grama e fica olhando para os balões coloridos enfeitando o céu da Califórnia.
Muito bom o WU LYF, banda indie britânica que tocou numa das tendas. Não combinava nada com o lugar e o momento, mas ainda assim o indie-drama deles se fez bonito no Coachella.
O Rapture foi lindo e dançante, como sempre. Desse não precisamos falar muito. O Grouplove, outro da linha indie pop de Los Angeles parente do Foster the People, também fez um show agradabilíssimo. A banda tem músicas bem boas para segurar o tranco em um festival destes. E a tenda estava lotada por um público bem atuante ali diante do Grouplove. Foi o momento perfeito na curta carreira da banda (“Sonho que virou realidade”, não cansavam de agradecer por estar ali) para exercer seu estilo neo hippie seja nas canções, nos pedidos de “Love” para o mundo ou na vocalista pintando um quadro enquanto a banda tocava. Fofos de um modo que o MGMT não consegue ser mais.
Peguei o grupo franco-espanhol-americano M83 nas últimas três, quatro músicas e estava intenso. No palco e na plateia. A banda electro-ambient de um homem só, o francês Anthony Gonzalez, estava com “ajudantes” no palco, fazendo do show mais um “ao vivo” que programado. Gonzalez tocando tudo o que dava, de bateria a guitarra a teclados. E ficando bem incomodado, pelo menos pareceu no discurso, que a tenda estava lotadaaaaaça porque todo mundo estava ali para ouvir só uma música, “Midnight City”. Quando tocou essa, quase no finalzinho, a tenda veio abaixo. Ele tem bastante razão.
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