CENA – É solo, mas não é. Das estradas à parceria musical, ouça as primeiras faixas do novo projeto de Sophia Chablau e Felipe Vaqueiro, do Tangolo Mangos

Nos últimos anos, a cantora paulistana ganhou evidência na CENA com sua banda Sophia Chablau e uma Enorme Perda de Tempo (SCUEPDT). E, para além das performances com sua outra banda, Besouro Mulher, Sophia vem explorando e experimentando as possibilidades de suas composições neste formato sem uma banda, desde que fez seu primeiro show solo, em 2022. 

Entre 2022 e 2025, Chablau teve suas músicas gravadas por artistas como Ana Frango Elétrico, que fez uma ótima versão para “Debaixo do Pano”, Zé Ibarra e Dora Morelenbaum, mas ainda não tinha lançado nenhuma de suas músicas somente sob seu nome.

Esse lado de sua carreira começou a evoluir de outra forma durante uma turnê em 2023, quando a SCUEPDT se juntou ao grupo baiano Tangolo Mangos para dar um giro por São Paulo e seu interior. 

Foi nas estradas que teve início uma amizade, e uma parceria frutífera, entre Sophia e o vocalista e guitarrista do Tangolo Mangos, Felipe Vaqueiro.

O artista soteropolitano está na música desde 2016, seja compondo músicas mirabolantes sobre garimpeiros na Bahia, trilhas sonoras para filmes, ou com sua banda mesmo. 

A partir desse encontro, Sophia e Vaqueiro começaram a trabalhar canções juntos, algumas dela, outras dele, e já até se arriscaram a se apresentar como dupla. O primeiro show deste projeto aconteceu no final do ano passado, no Bona Casa de Música em São Paulo, e evidenciou o talento individual de cada artista, mas também como uma dupla, que ainda é bem tímida no palco porém consegue realmente se soltar e mostrar suas melhores versões quando os sabem que não estão totalmente sozinhos. 

Mas o resultado mais visível, e audível, da parceria Sophia e Vaqueiro ganhou vida mesmo hoje, quando lançaram oficialmente duas músicas nos streamings.

“Ohayo Saravá” já é uma velha conhecida para quem acompanha a carreira de Felipe Vaqueiro e essa mistura de línguas tem uma origem interessante. “É curioso também, porque eu estava animado com a ideia de mesclar inglês e português na época em que compus a música, justamente por ter ouvido “Hello”, de Sophia, antes de nos tornarmos amigos ou de sonharmos em lançar algo juntos. Gravar uma versão dessa composição ao lado dela foi muito simbólico, quase profético”, contou Vaqueiro.

Enquanto isso, “Nova Era”, composta com um “terceiro elemento”, o músico paulistano João Barisbe, segue bem na linha de composições que Sophia Chablau prefere, músicas que dão uma visão da intimidade entre duas pessoas de um jeito esperto, tornando o simples ato clichê de terminar um relacionamento em algo interessante. 

Para a produção das músicas a dupla contou com a ajuda de Gui Jesus Toledo, uma das cabeças por trás do Selo Risco, que faz o lançamento das canções no Brasil. As músicas também tem lançamento em Portugal pelo selo/coletivo Cuca Monga.

Além do papel ativo que cada um tem na música do outro, seja num coro de Sophia em “Ohayo Saravá” ou numa guitarra com fuzz de Vaqueiro em “Nova Era”, o duo contou com Biel Basile na bateria e Marcelo Cabral no baixo, outro par que tem trabalhado muito juntos e trouxeram grooves que elevaram as músicas.

É solo, mas não é. É difícil definir assim este lançamento para os artistas Sophia Chablau e Felipe Vaqueiro, mas é fácil ver como este é mais um passo na direção da consolidação de dois músicos com um talento singular, especialmente para composições, e que podem estar jogando luz em uma nova era na CENA.

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* As fotos de Sophia e Vaqueiro usadas para este post são de Joojlia (@wast3lands).