The Who em SP mostra que a banda ficou velha, mas não morreu. E tudo bem

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* Cinquenta e três anos. Esse foi o tempo entre a criação The Who e a primeira apresentação da banda na América no Sul, ontem em São Paulo, no Allianz Parque dentro da programação do Festival SP Trip. E a banda inglesa, considerada ao lado de Beatles e Stones como a santíssima trindade da invasão britânica dos anos 60, não decepcionou em frente ao estádio cheio (mas não lotado).

Fechando a noite após as bandas Alter Bridge e The Cult, os donos de um dos versos mais famosos da história da rock sobre preferir morrer a ficar velho, os senhores septuagenários Roger Daltrey e Peter Townshend (abaixo, em foto de subiram ao palco palmeirense visivelmente emocionados por finalmente pagarem a dívida histórica com os sulamericanos.

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As imagens no telão a toda hora lembravam o auge do Who e, claro, os lendários membros já falecidos: Keith Moon e John Entwistle. A bateria de Moon, aliás, estava em boas mãos com Zak Starkey, filho do beatle Ringo e que já tocou também no Oasis.

E, com o repertório que tem, o Who já entrou com o jogo ganho. Uma banda que se dá ao luxo de tocar “My Generation” logo nos 30 primeiros minutos de show é porque tem hits e hinos para não se incomodar em “queimar a largada”.

Roger Daltrey, do auge dos seus 73 anos, e que nunca foi reconhecido como um dos melhores vocalistas do rock, vítima de piadinhas até de gente como Keith Richards sobre sua capacidade vocal, provou com músicas como “Bargain” e “Love, Reign O’er Me” que a sua imagem de cantor mediano é uma injustiça. A dobradinha com a instrumental “The Rock” e “Love, Reign O’er Me”, inclusive, foi o ponto alto do show.

No final ainda sobraram clássicos como “Pinball Wizard”, “Baba O’Riley” – outro dos pontos altos – e “Won’t Get Fooled Again”.

Por insistência da plateia, Townshend ainda concedeu que a banda voltasse e tocasse mais duas músicas “5:15” e “Substitute”, quando finalmente implorou aos risos para os presentes: “Go home!”.

No fim das contas, foi um show digno da história e importância da banda, apesar do tempo, dos membros que já se foram e de não ter a quebradeira de instrumentos no final.

Eles ficaram velhos e isso não é tão ruim quanto eles achavam.

setlist

** Neste sábado o Who é a atração principal do Rock in Rio, o megafestival que, afinal, está trazendo a banda ao Brasil.

** Texto de João Vitor Medeiros, especial para a Popload.

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4 comments

  1. Um dos melhores shows da minha vida! Se pa o mais aguardado por fãs brasileiros de todos os tempos! Só de ver o Pete tocando e cantando felizão em 5:15 e Eminence Front já é emocionante! Vai ficar guardado por um tempão esse show!

  2. Mas a escolha do Allianz Parque no formato inteiro pra eles foi meio um exagero da Mercury! Podiam tocar no formato que o Sting tocou e o Depeche vai tocar! Lotaria fácil!

  3. A pista estava cheia e as arquibancadas tinham mais ou menos 70% da capacidade, então o público não caberia neste formato tipo Sting. Além disso, esta configuração será utilizada também nos shows do Aerosmith e do Guns.

  4. Cara, a cadeira inferior tava bem vazia, infelizmente… eu tava lá haha é que produtor gosta de sold out, né?!
    eu sei que vai ser utilizada, só to confabulando aqui o que poderia ter acontecido!
    Se ele tivessem vindo antes, talvez tivessem sedimentado mais no imaginário brasileiro que the who não é só a banda do csi, ai dava pra lotar estádio fácil!

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