O livro de Kim Gordon. E o último show da história do Sonic Youth. Em São Paulo

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* Uma das mulheres mais fascinantes da história da música independente, a senhora Kim Gordon, lendária baixista do seminal grupo nova-iorquino Sonic Youth, lança na próxima terça-feira será lançado nos Estados Unidos, suas memórias em forma de livro.

“Girl in a Band”, editado pela HarperCollins, chega às lojas para botar pingos nos “is” sobre o fim polêmico de seu casamento com o genial guitarrista Thurston Moore, o que determinou o fim também de um dos mais importantes grupos indies que conhecessemos, que desde os anos 80 transformou o barulho em arte.

Em 2011, Moore arrumou uma namorada inglesa e foi viver dividindo apartamento em Londres. Hoje está com uma nova e superbanda, que inclusive foi a última e fantástica atração do Popload Gig em 2014, no Cine Joia.

Kim Gordon fala também, em sua biografia, de sua infância turbulenta com o irmão esquizofrênico. E relata como foi atravessar o prolífico rock alternativo dos anos 80, ajudar na explosão do grunge lá de Seattle nos 90, apadrinhando o Nirvana, e se manter íntegra nos anos 2000 e além. Gordon tirou o nome de suas memórias da música “Sacred Trickster”, do último disco do SY, “The Eternal”, de 2009. “”What’s it like to be a girl in a band?/ I don’t quite understand”.

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O último show do Sonic Youth, que segundo a “Time Out” de Nova York representou os dois finais mais contundentes da vida de Kim Gordon (o da vida na banda e o do longo casamento), é muito próximo a nós. E aparece retratado logo nas páginas iniciais de “Girl in a Band”.

Quis o destino que a banda terminasse seus longos serviços prestados à música independente no interior de São Paulo, em Paulínia, debaixo de chuva, como atração do finado festival SWU. Era 15 de novembro de 2011.

A cena final de Kim com o marido e com a banda é inesquecível. O show acabou com a maravilhosa “Teen Age Riot”, uma das canções mais lindas de todos os tempos, com a velha banda destruindo tudo em microfonia em um verdadeiro “teen spirit”, distorção que devia ser exposta em museu. Assim que a música, em uma versão de mais de 10 minutos, teve seu último barulho emitido, Kim Gordon, à época com 57 anos, abandona o palco imediatamente, enquanto Moore senta no palco para observar o público extasiado. O último público da história do Sonic Youth.

Este momento aqui embaixo, agora transformado em literatura.

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