CENA – Qual é a frequência, André?!? Jeremaia entra na cena indie BR para mexer com suas sensações. Ouça e veja “No Que Vai Dar”

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1 - cenatopo19

*Você pode ouvir uma música, e tem muitas delas por aí para você simplesmente ouvir. E, em alguns casos bem especiais, você pode SENTIR a música. E essas não aparecem a toda hora.

André Faria, vocalista, guitarrista e produtor da espetacular banda paulistana disco-punk Aldo The Band, botou um pé fora da zona de conforto de seu cada vez mais internacional grupo para se arriscar na pegada nacional e criar o interessantíssimo projeto JEREMAIA, sua incursão no mundo das músicas em português.

Prepare-se para se sentir mexido. Por dentro. Se a Popload acha que a maturidade híbrida do indie nacional acabou de se dar com o recente disco novo do grupo paulistano Terno Rei, com o Jeremaia a intensa cena brasileira agora pode ser pensada além da música.

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O Jeremaia, de André Faria (foto acima), que também tem os dedos produtores de seu familiar parceiro Murilo Faria, irmão e o “gênio da mesa sonora” do Aldo, é adepto das frequências sonoras cognitivas, ou simplesmente música de sensações, um passo além da canção que entra pelo ouvido e sai pela boca. E pode ser ouvido por imagens, por mais esquisito que isso possa soar. Porque é, sim, esquisito. É para ser. “What’s the frequency, Kenneth?”, já perguntava o excepcional grupo REM.

No caso de alguns grupos ou artistas de alta-cultura da eletrônica ou de bandas “diferentes” como o Flaming Lips, de Wayne Coyne, isso tem uma importância para além da simples melodia. O cérebro e os nervos são convidados a participar da festa. O Jeremaia prima por querer atingir esse estágio sonoro, quase um budismo musical e barulhento. Ou uma macumba literária, dado a aproximação que André arrisca com temas urbanos esquisitos e livros de Rubem Fonseca e Dalton Trevisan, por exemplo. Jeremaia, o batismo, vem da piração de criar um personagem fictício que mistura tais nobres páginas com um pouco da vida pessoal de André.

O projeto solo em português de André Faria nasce agora, aqui, com um single chamado “No Que Vai Dar”, algo chamando o profético para o músico em si, para sua ousada jornada fora do Aldo e para o álbum que já sai no máximo daqui a dois meses, talvez com o nome de “Jeremaia” mesmo. Depois de um outro single e exatamente antes do terceiro álbum do Aldo the Band.

“No Que Vai Dar”, a canção, vai poder ser encontrada para experimentações streamicas amanhã, no Spotify, Apple Music e Deezer, entre outras vias virtuais. Mas o sensacional vídeo da música, gravado entre água, montanhas, matos e parabólicas, pode ser conferido com exclusividade aqui na Popload. Cheio de gestos, cheio de vibes. Se fosse só a música, ela valeria a pena, de tão boa. Mas não é só.

Um convite às sensações, ouça e veja “No Que Vai Dar”. E espere o segundo single. E o álbum. Levante sua antena para captar o Jeremaia por inteiro.

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PS: Vale a curiosidade, o single e o disco do Jeremaia busca fincar o pé na cena nacional, mas nasce com uma interferência londrina. Diz o informe sobre o projeto que, em busca de um som mais denso e texturas diferentes, André fez uma imersão no @123Studios, em Londres (mesmo estúdio em que Florence + The Machine e Foals já gravaram), na companhia de seu irmão e co-produtor do álbum Murilo Faria, do baterista e amigo de infância Daniel Setti (ex-Jumbo Elektro e Tchucbandionis) e do engenheiro inglês Rob Squarehead. Parte do equipamento utilizado nas gravações, que estavam lá no estúdio, era do próprio FOALS, o que incluia um amplificador SELMER mofado de 1963.

PS2: Até o lançamento de “Jeremaia”, o álbum em nome provisório, será anunciada uma turnê ainda para este primeiro semestre.

*** As fotos de divulgação de André Faria, ou do Jeremaia ele-mesmo, tanto a que está neste post como a da chamada da home da Popload, é de autoria de Gabriela Schmidt.

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