CENA – A hora e a vez do Terno Rei. Disco novo deve puxar o sarrafo indie para cima

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1 - cenatopo19terno

* Muito indie para ser MPB, muito MPB para ser indie, a banda paulistana de som “largo” Terno Rei, uma das prediletas da Popload nesta pulsante CENA brasileira, toca amanhã, dia 15, no Z, clube do Largo da Batata, em São Paulo, com os ingressos já esgotados faz uns dez dias.

O show deles, nu e cru, já era despretensiosamente muito bom, e agora a expectativa fica altíssima porque eles acabaram de lançar um delicioso novo disco, “Violeta”, o terceiro álbum, que traz um punhado de músicas acima da média, deles mesmos e da cena, um trabalho de estúdio que vem carimbado pelo importante selo indie Balaclava Records. Amanhã é o primeiro show pós-lançamento.

O disco novo, a ótima recepção dele em audição nas plataformas de streaming onde foi lançado e o reflexo de tudo isso tanto nas bilheterias quanto já na bela agenda de futuros shows prometem botar o Terno Rei (não confundir jamais com O Terno ou Del Rey) num patamar elevado nos line-ups de festival no Brasil, quando “Violeta” for mais bem assimilado e a transposição de suas belas e novas músicas no palco fizerem igual ao outros dois discos (Vigília, 2014, e “Essa Noite Bateu Com um Sonho”, 2016): deixar o quarteto paulistano ainda melhor ao vivo que em estúdio.

E ao vivo o Terno Rei estará, além de amanhã no Z, no SESC Belenzinho dia 30 de março e no Balaclava Fest, em 27 de abril, junto com os britânicos e inéditos Ride, já que a Balaclava, “dona” do Terno Rei, não iria jamais deixar de escalar sua própria “bola da vez”. Porto Alegre, Sorocaba, Chapecó (SC) e Maceió são alguns dos caminhos do Terno Rei até abril, para levar seu “Violeta”, um disco coeso nessa intersecção estranha de indie de guitarras com música brasileira, como se um jovem Belquior contido e paulistano fosse o band leader de uma banda de dream pop de Los Angeles, usando termos atuais nas letras, como “simetria muito tosca”, ou típicas do saudoso artista cearense: “vento nos cachos”.

Se a CENA de hoje no Brasil é naturalmente variada como nenhuma outra de nova música, porque pode ter hip hop, eletrônico, rock, punk, folk, MPB, hip hop, tudo em inglês, tudo em português, às vezes linguagem híbrida, o Terno Rei contribui para isso tocando com qualidade única em algumas dessas vertentes, ou não se colocando em nenhuma. Com isso, e com essa identidade brasileira de não ter identidade, puxa o sarrafo do indie nacional para isso.

Tirando que em “Violeta” vemos/ouvimos uma banda paulistana com uma MPB paulista falando sobre SP, inclusive tendo uma faixa (maneiramente boa) chamada exatamente isso aí: “São Paulo”.

Se a Popload tivesse uma rádio, eu botaria uma música como esta “São Paulo” na programação. WAIT!!!

balafest

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* A foto que ilustra a chamada da home da Popload para este post é de Hannah Carvalho.

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