Uma nova geração está começando a mudar e moldar o estilo da música indie brasileira, e precisamos estar atentos, pois uma boa banda pode passar despercebida no caos e volume de lançamentos de todos os dias.
Podia ser o caso da banda paulistana, Pelados, que soltou seu segundo disco, “Foi Mal”, bem no meio da correria de fim de ano e não foi todo mundo que viu (ou ouviu). Mas o álbum não só passou bonito pela nossa seleção de melhores de 2022 como deve ter vida longa mesmo agora em 2023.
E talvez essa vida longa neste novo ano comece amanhã no Bar Alto, em São Paulo, quando a Pelados faz o segundo show de seu recém-lançado segundo disco, o “Foi Mal”. O quinteto tocou num Sesc perto do Natal e passou meio batido pelo período, digamos, não apropriado para novos lançamentos.
Mas a partir desta quarta devem decolar para um 2023 com esse disco bastante bom e inventivo que traz entre outras boas músicas umas que conseguem ter nomes como “Yo La Tengo na Casa do Mancha”, “O Sgt. Peppers Foi Enforcado” e “Foda Que Ela Era Linda”.
De sonoridades deliberadamente despretensiosas (é dissimulado, porque o instrumental indie é muito bom), o novo álbum da Pelados pode ser colocado na mesma categoria que os discos indie-pop espertos de Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo, Ana Frango Elétrico e até Jovem Dionísio, cada qual simples em sua característica e complexo em sua intenção. Isso dentro do que a gente entende pela “nova geração que está começando a mudar e moldar, a seu modo, o estilo da música brasileira”, a que a gente se referiu no começo do texto.
Suas letras são por vezes simples e irônicas, mas o que atrai é seu “realismo jovem”, como na faixa “Mesmasmesmasmesmas”, que traz uma situação que todos já passamos, a indignação de ser deixado de lado quando tudo e todos seguem no mesmo padrão, trazendo a questão do “por que eu e não eles?”.
As letras são acima de tudo exemplares daquela transição entre ser jovem e ser adulto que passamos na casa dos 20, do saber de nada e tudo ao mesmo tempo. E as faixas ainda contam com instrumentações excelentes, por vezes debochadas, mas que deixam o conceito das canções perfeitamente arranjado.
A noite do Pelados no Bar Alto, em Pinheiros, ainda vai ter um show de abertura do projeto solo algo eletrônico do Lauiz, que vem a ser o tecladista do Pelados. Os ingressos podem ser encontrados aqui.
É importante saber que a sala de shows do Bar Alto tem capacidade para 100 pessoas. Se bobear…
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* As fotos do quinteto Pelados usadas na home da Popload e neste post são de Helena Zilbersztejn.