CENA – A imensa Ava Rocha fala à Folha que…

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* Um dos grandes nomes da cena nacional de agora, onde quer que olhe, a cantora carioca Ava Rocha, que tem uma sangrenta banda de indie-rock para afastar sua MPB do nenhenhé fácil, é destaque de hoje da “Folha de S.Paulo”, estampando a nobre capa do caderno cultural Ilustrada.

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Sob o título “Ave, Ava”, a chamada para o grande texto de Luis Fernando Vianna entrega o que dele e dela se esperam: “Experimental e à margem da indústria, cantora Ava Rocha, filha de Glauber, encanta americanos e fará shows em grandes festivais brasileiros; associada ao tropicalismo, ela rejeita o rótulo”.

A respeito desses “grandes festivais brasileiros”, cóf cóf, está o nosso Popload Festival, evento que ocorre em 8 de outubro e terá como atrações, ainda, Wilco, Libertines, Battles e Ratatat, line-up que me dá até uma certa vontade de chorar de felicidade, quando escrevo.

O outro festival que terá Ava Rocha neste ano será o lindo Coquetel Molotov, versão mineira do tradicional evento indie pernambucano, que ocorre em BH no dia 15 de outubro.

Antes, no Rio de Janeiro, Ava Rocha se apresenta nos dias 2 e 3 na Biblioteca Parque Estadual, escalada pelo evento Ocupação Audio Rebel/Quintavant.

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À “Folha”, a elétrica Ava Rocha, 37 anos, filha do mais célebre cineasta brasileiro, Glauber Rocha, e que tem o nome de batismo Ava Patrya Yndia Yracema, disse coisas como:

* “Muita gente não acha que eu seja parecida com Gal Costa e Cassia Eller. Nem eu mesma acho. E é doido, porque Gal e Cassia não se parecem. Se eu pareço com as duas, é porque não pareço com nenhuma. Olha que legal.”

* “De tudo o que eu faço, cinema é o que está mais presente. O resto são coisas que vão cruzando o meu caminho. Mas, de dez anos para cá, fiquei mais focada na música.”

* Sobre os elogios no “New York Times” e o buchicho que causou em Nova York depois de quatro shows no circuito alternativo da cidade americana: “Tudo tem sido uma surpresa para mim. E tudo tem sido resultado de um movimento natural. Não há dinheiro itermediando, tráfico de influéncia. Não é também um feito pessoal. Minha música só está lá por causa da força da música brasileira contemporânea. Hoje sou eu, amanhã é outra pessoa”.

* Sobre ser herdeira do tropicalismo: “Sou filha disso tudo: da antropofagia, da obra do meu pai, do Zé Celso Martinez Corrêa, do Helio Oiticica. Mas não me interessa carregar bandeira. O tropicalismo ainda tem certa ideia de como se deve fazer música, é ligado à tradição da música brasileira. Esse controle da canção não me interessa. A música contemporânea feita no Rio pode ser feita em qualquer parte do mundo”.

* No texto da Ilustrada, o último parágrafo escrito por Vianna com intervenção final de Ava é assim:
“Ela vem cantando em ocupações de espaços realizadas por grupos que, entre outras propostas fazem oposição ao governo interino de Michel Temer. Mas não dissocia a militância de seu trabalho artístico, no qual estão o feminismo, o anticonsumismo e outras causas. ‘Meu palco é uma ocupação'”.

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