* Came as it was.
* Saiu hoje as benditas edições deluxe (2 CDs) e super deluxe (4 CDs + 1 DVD) e a deluxe do vinil comemorativas dos 20 anos do seminal disco “Nevermind”, segundo álbum do grupo americano Nirvana que chacoalhou a estratosfera musical e botou todo mundo louco atrás daquela capa do bebê pelado e da nota de dólar. Tudo carregado das músicas originais remasterizadas, versões ao vivo, de ensaio, lados B de single, session para rádio, para TV e o escambau.
Em separado e também dentro da versão superdeluxe tem o DVD de um certo show no Paramount Theatre, um teatrão staile em Seattle, onde há exatos quatro anos nesta semana eu pude ver o Arctic Monkeys tocando. Olha a data na foto.
O show do Nirvana no Paramount é histórico. Parte dele já é conhecida aqui e ali, em vídeo mesmo ou áudio, mas sua porção inteira como sai agora capta na íntegra um dos momentos mais bizarros do rock.
O da transformação rápida da banda punk barulhenta suja “normal” do loiro que gritava cantando de cardigan de velhinho para uma das mais importantes e POPULARES bandas do início dos anos 90 que abafou o sucesso do hair metal, do Michael Jackson e da Madonna. E de toda a consequência que isso causou no rock, no pop, no indie, na indústria musical toda.
O concerto do DVD aconteceu no final de outubro de 1991, cerca de um mês depois do lançamento do tal “Nevermind”. O Nirvana, lá no submundo grunge, já tinha um disco, o “Bleach”, feito na Sub Pop com uns 600 dólares, pouco mais de dois anos antes. O “Nevermind” não. Em setembro de 1991 o disco saiu com um custo mais elevado, mais caprichadinho e por uma grande gravadora. Então tanto a banda quanto os executivos do selo quiseram ousar e programaram logo de cara um superlançamento com 40 mil cópias.
No final de outubro, um mês depois, exatamente nessa época do show do Paramount do DVD, o “Nevermind” já tinha vendido 1 milhão de cópias. O vídeo de “Smells Like Teen Spirit”, que tinha estreado havia poucos dias na MTV dentro de um programa “Lado B”, já estava começando a passar sem parar na programação normal.
A “revolução” musical causada pelo Nirvana e pelo “Nevermind” teve seu momento desgraceira mesmo quando banda e álbum chegaram ao primeiro lugar da “Billboard”, no comecinho de janeiro de 1992.
O show do Paramount foi no meio disso tudo, bem em cima de quando a banda soube que o disco de 40 mil tinha vendido 1 milhão. Nesse clima todo de “Que porra é essa que está acontecendo?”, o Nirvana subia no palco do Paramount, em Seattle, para fazer este show: