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* Com seus impactantes dois primeiros álbuns, de sons delicados trabalhando silêncios em meio a um jogral homem-mulher algo nervoso de tão tímido, o trio inglês The XX fez seu nome na música independente e até estrelou festival no Brasil (cóf.). Tudo por ser, isso mesmo, uma banda “diferente”.
E qual seria o caminho a seguir para o mágico produtor DJ Jamie XX e o casal-jogral Romy e Oliver? Optaram por um “barulho violento” e conseguiram continuar diferente.
Primeiro foram gravar em Marfa, Texas, respirando o clima de uma das cidades mais “diferentes” do planeta. Depois, deixaram o Jamie XX chacoalhar de dance FM e samplers bem escolhidas o caráter meloso que era inerente ao XX e voilà: “I See You”, terceiro disco que desde esta meia-noite está no Spotify de todo o mundo e é o primeiro álbum da banda em quatro anos, é muito XX, mas é bem distinto do que a banda já fez, do que a marcou. O tempo dirá, mas tirando o cheiro de novidade de seus primeiros dois álbuns que fez o trio atrair muita atenção de cara, este é o melhor trabalho do XX.
O disco só cresce, a cada audição. São dez faixas de muita personalidade. Uma atrás da outra. Inclusive a última delas, “Test Me, estranhíssima e fora do tom do álbum. O que não significa ser um problema.
O título do disco, “Eu Vejo Você”, é um manancial de significados. Se com os primeiros discos o XX foi elevado à categoria de culto indie e até apareceu em novela da Globo, este disco promete ter um alcance bem mais vasto. O XX vai enxergar todo mundo agora. E mais gente vai enxergar o trio.
A Popload destaca duas das dez músicas do disco, em especial. A primeira, “Lips”, que começa numa levada drama com um sampler de “Just”, canção do compositor americano David Lang que é marcante no excelente filme “Youth” (“La Giovinezza”), do incrível cineasta italiano Paolo Sorrentino. A coisa toda, com o poema operístico de “Just”, e Romy soltando coisas como “My name on your lips/ You’re wearing my lungs/ Drowned in oxygen/ Now you’ve set the scene/ High on intimacy/ Drawing me a bath”, é de matar. Da ópera entra em uma levada pop gostosa na linha Justin-Bieber-produzido-pelo-Diplo. Não entenda mal. Essa música é uma obra-prima.
Agora tem “A Violent Noise”, impressionante de boa, que lembra o XX do primeiro álbum, com ameaças nunca concretizada de Jamie XX provocar na música uma explosão EDM para transformar a música numa dance music rasgada. O clima é tenso e a bola está com Oliver Sim, agora. E ele está exatamente assim: se sentindo sozinho e desiludido na pista de dança. Com alguém e com o som “violento”. Outra peça pop rara.
Tem muito mais pérolas em “I See You” que devem realmente transformar o pequeno The XX numa banda enorme, embora sua sonoridade não seja, ou não era, fácil. Como disse o jornal inglês “The Guardian”, em uma resenha desse disco novo, o álbum de estreia surpreendeu até a banda com sua repercussão. O segundo foi muito bom, elevou as expectativas em relação ao primeiro, mas não mostrou qual direção a banda queria tomar.
Este “I See You”, estamos vendo, resolveu esse problema.
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I See You, mais conhecido como um albão da porra! Fora Dangerous e I Dare You que são lacrantemente boas…
Comprei o álbum e “peguei” também as 2 faixas bonus da versão japonesa… Naive é maravilhosa e Seasons Run bem boa tbm, 2 pérolas. Não entendi não serem laçadas mundialmente.
ouvindo agora. muito bom! curti dangerous tb.