“Vinyl” desencana da Popload no episódio 3, inventa o hip hop, demite o Status Quo e destaca Alice Cooper

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* Já está “em cartaz”, desde domingo à noite no meio do Oscar, o terceiro episódio de “Vinyl”, a ótima série de TV de autoria de Martin Scorsese e Mick Jagger bancada pela HBO e que mistura drama de seriado à história do rock (do punk, do hip hop e da disco). Nova York, 1973, é o tempo e espaço. E o legal é usar a nova música para falar da velha música, quando a velha música era nova e tudo mais.

Numa semana atrapalhada para nós, e às vésperas do quarto episódio, a gente ainda quer pontuar algumas coisas do terceiro, para ficar “em dia” com a música de “Vinyl”.

Depois de terem “pegado emprestado” a Natalie Prass e o James Jagger dos shows da Popload, a série esquece a gente um pouco (tirando o recorrente Jagger Jr., claro) e mexe com outras coisas.

A vinheta inicial é linda, com uma agulha navegando um disco de vinyl com uma beleza microscópica de pegada Super-8 que é um negócio. A música de abertura é “Sugar Daddy”, da trilha sonora original mas em versão lo-fi, que é de autoria de Sturgill Simpson, artista da nova onda da country music americana.

Na mistura de música e drama e assassinatos e traições, o último “Vinyl” mostra o capo da gravadora American Century Records, “nosso herói” Richie Finestra (Bobby Cannavale), dando uma enxugada no cast da empresa, mandando embora as bandas que não vendem e nem importam mais para aqueles tempos. A banda inglesa de hard rock psicodélico Status Quo é uma das descartadas. Alguém na mesa até tentou defender o grupo, que “teve um hit em 1968”, mas ali, às vésperas do punk, o argumento não colou.

O veterano roqueiro glam Alice Cooper meio que domina o seriado neste episódio. Na época da trama e depois de passar como apenas um cara freak com um ou outro single bom, o cara está bombando comercialmente com seu rock teatral. Seu álbum “Billion Dollar Babies”, de 1973, está em primeiro lugar nas paradas. E chegou a hora de ele dar uma zoada na indústria. E em “Vinyl” s01e03 a gente vê isso bastante. O empresário de Alice Cooper, na série interpretado pelo ator Dustin Ingram (ninguém da música aqui, portanto), elogiou toda a passagem de seu pupilo pelo episódio. Disse que “até a parte do golfe” está boa.

Toda a performance de “Alice Cooper” no episódio de “Vinyl” está aqui, incluindo a hora em que ele canta “I Love The Dead”. “Ele”, no caso de “Vinyl”, é o maluco cantor performático californiano Andrew WK, a voz da boca de Dustin Ingram.

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Mas a melhor parte, achei, foi quando o episódio se vira para um DJ que estava fazendo scratches e mixando umas músicas soul e funk e irritando velhinhos tradicionais num galpão de alguma quebrada do Bronx. O cara estava nas picapes picotando as músicas famosas, tipo “Get Up I Feel Like Being a Sex Machine”, do James Brown, e “Jungle Boogie”, do Kool and the Gang, tirando as melhores partes, os “breaks”, e misturando tudo na mixagem. E os velhinhos reclamando, porque queriam ouvir a música inteira. O DJ era, apenas, Kool Herc, o precursor do hip hop, no episódio 3 de Vinyl interpretado por Dominique Johnson.

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