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* It’s blowin’ in the wind, Dylan!
* O veterano jornalista e escritor Ruy Castro, notório biógrafo, mexeu num vespeiro que vez ou outra a galera gosta de mexer: Bob Dylan, uma das vacas sagradas da música mundial. Em seu nobre espaço hoje na “Folha de S.Paulo”, na página 2, a dos articulistas, Ruy Castro se mostra indignado com a recente lista dos “Melhores Compositores de Todos os Tempos”, da revista americana “Rolling Stone”. Considerado um dos músicos mais influentes do folk, blues, country, folk, Dylan faturou o primeiro lugar da lista da publicação, batendo Paul McCartney (2º), John Lennon (3º), Chuck Berry (4º), Smokey Robinson (5º), Jagger e Richards juntos (6º) e por aí vai.
Essas listas de “todos os tempos” servem para quê, mesmo? Só a “Rolling Stone” já publicou 200 assim. E who cares? E daí que o Jimmy Webb pegou 44º? Qual o efeito de o Leonard Cohen ser o 16º e o Neil Young, 17º? Cadê o Chris Martin, do Coldplay, nessa lista?????? Tô zoando, gemt.
Bom, as listas servem para umas polemiquicas agitarem a segunda-feira cinzenta chove-não chove (em São Paulo).
Ponderações de Ruy Castro, em seu artigo.
“Vejamos. A revista diz que eles são ‘os 100 maiores compositores de todos os tempos'”. Populares, claro. Não os 100 maiores compositores de rock, pop, folk _o que daria margem a que outros gêneros de músicas tivessem o direito de existir_, mas de todas as categorias. Significa que compositores de jazz, como Duke Ellington, de samba, como Ary Barroso, ou de bolero, como Ernesto Lecuona, foram até considerados, mas não tiveram votos para ficar entre os 100. É isso?”
“Pela lista da ‘Rolling Stone’, depreende-se também que a música popular –ou o mundo– só começou a existir de 1950 para cá. Dos cem eleitos, apenas três ou quatro trabalharam antes disso, e são os suspeitos de sempre: Chuck Berry, Fats Domino, Robert Johnson. Devo então deduzir que Johann Strauss, Franz Lehar, Alfredo Le Pera, Cole Porter e Noel Rosa nunca existiram?”
E no final decretou:
“E por que Bob Dylan em 1º? Sua música é pobre, óbvia, sem interesse melódico ou harmônico. Serve apenas para carregar a letra, e olhe lá. Mas eu o poria em 1º também –na lista dos 100 maiores chatos de todos os tempos.”
Bob Dylan, das unanimidades, nunca foi uma unanimidaaaaaade. Se é que você me entende. Gosto é gosto, coisa e tal, mas na minha opinião não acho que um crime se ele estivesse fora dos 20 da lista da “RS”, por exemplo. Não desmereço seu lugar em alto panteão, mas por exemplo prefiro o Lou Reed, que ficou em 21º.
Em pesquisa rápida com alguns de meus amigos, Bob Dylan divide opiniões. Um deles abriu até um clube/bar em São Paulo inspirado no Dylan. Um outro, também na “Folha”, chegou a dizer em coluna no jornal com o título-pergunta “Quem Precisa de Bob Dylan?”, e que preferia bandas como o Be Your Own Pet, “grupo de jovens que fazem som para jovens”, argumentou. Esse texto em especial é de 2006, o Be Your Own Pet nem existe mais hoje em dia. À época foi um texto corajoso e recebeu uma saraivada de críticas sem dó. Mas eu até entendi o que o Ney queria dizer, ali no fundo. Mas mexeu com o sagrado e ouve até hoje.
Lembro-me ainda de um texto de blog que ficou momentaneamente famoso, cujo título era: “Mais chato que o Bob Dylan só o Peninha e a torcida do Grêmio”. Obviamente deve ter sido escrito por um gaúcho pelas citações. Não lembro mais. E torcedor do Inter, povavelmente. Mas a ponderada para cima do Dylan estava clara.
Mas e você? O que você acha do Bob Dylan?
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É um grande compositor. Esse negócio de “o melhor” não existe. Ele é muito chato.