UMF, o Old Order, os cabelos Skrillex e o punk metal na eletrônica

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((Balanço rápido da Popload para o último grande festival do ano, o UMF, que aconteceu sábado em São Paulo. Este texto saiu publicado hoje na Folha de S.Paulo. As fotos são de Reinaldo Canato/UOL))

O belga Soulwax, a versão ‘banda electroindie” do 2ManyDJs, fez bom show no UMF, sábado, “abrindo” para o New Order

* No superdimensionado festival de música eletrônica UMF, que foi de sábado à tarde e domingo de manhã, teve de tudo, inclusive música eletrônica. O evento do Anhembi, em SP, último grande do calendário brasileiro de 2011, teve o New Order, teve dubstep, dance punk, momentos de metal, DJs tocando Nirvana, Rage against the Machine, Coldplay.
Não teve foi muito público, com as extraoficiais (cerca de) 10 mil pessoas, 15 mil no máximo e no giro, circulando por um espaço para 30 mil (o número oficial foi de 25 mil). O lado bom: podia-se chegar perto das atrações, a ida ao banheiro não era aventura, pegar um táxi foi tranquilo e ocorrências médico/policiais, nulas.

O lado ruim: constatar novamente, mais e mais, que a música eletrônica como “grande evento” precisa ser repensada. O lado bom dentro do lado ruim: a beleza (ainda) está nos detalhes.
Procurando preencher um espaço deixado pelo Skol Beats __acabou em 2008__ no calendário dance nacional, o importado UMF __desde 1999 em Miami__ tentou primeiro trazer Chemical Brothers e Prodigy para o impacto necessário. Não deu. O primeiro não pode vir nem em versão DJ set. O segundo fechou com a Xxxperience, de Itu, para sábado que vem..

Restou ao UMF o New Order, na atual fase “Old Old Order”, carregado de hits famosos, mas hoje sem força, tanto banda quanto hits. E o trio escandinavo Swedish House Mafia, o lado da “nova eletrônica” do festival, que lota arenas na Europa, o Madison Square Garden nos EUA, mas toca house misturada aos citados Nirvana e Coldplay, artifício desgastado dessa eletrônica gigante sem rumo.

Bernard Summer canta (ou tenta cantar) um dos grandes hits do New Order em SP, atrapalhado pela voz desgastada, o som ruim e a falta do baixo estourado de Peter Hook

A escalação do UMF acertou mesmo foi no panorama: trouxe artistas de trabalhos duplos (DFA 79 e MSTRKRFT, Diplo e seu Major Lazer, Soulwax e 2ManyDJs), mostrou o “velho” DJ brasileiro Marky dando banho drum’n’bass na novíssima cantora Lana Del Rey, fez a nova dupla inglesa Nero mostrar aqui essa tal energia do dubstep, notável onda jovem para indies e eletrônicos no Reino Unido há uns quatro anos e hoje superonda jovem nos EUA, goste-se ou não dessa nova cara da dance music. Tinha um razoável número de cabelos Skrillex entre o público feminino do festival.

E a imagem que fica do festival e do “status quo” da cena eletrônica foi a do show do duo canadense Death from Above 1979, no meio da madrugada, uma avalanche punk que afugentou boa parte do público ele
trônico e que ainda teve Iggor Cavalera como convidado na bateria, lembrando seus tempos thrash metal de Sepultura.

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