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Talvez o principal produto de exportação da nossa música alternativa na atualidade, o incrível Boogarins recém rodou os Estados Unidos, onde chegaram a dividir palco com o grande Andrew Bird, para divulgar o álbum mais recente deles, “Manual”.
No rolê, a banda de Goiânia visitou a inspiradora Nova Orleans e foi por lá que o cineasta brasileiro Daniel Aragão produziu um vídeo artsy do Boogarins em ação.
Em colagens e roteiro cool, Daniel capturou momentos de bastidores e de palco enquanto a banda brasileira tocava. Ao fundo, as canções “Cuerdo” e “Indinitu”.
Aragão é pernambucano e já dirigiu filmes como “Boa Sorte, Meu Amor” e “Prometo Um Dia Deixar Essa Cidade”. Tem também no currículo trabalhos ligados ao tradicional Coquetel Molotov. O cineasta está nos EUA por tempo indeterminado, até o Brasil se erguer novamente.
“O negro e o índio, que só em nosso território brasileiro se misturaram tanto, são a essência da originalidade de nossa música, mesmo quando ela se dilui em gêneros e rótulos pós-modernos, à exemplo do “indie rock”, não há como escapar de nossa transmutação genética, de nossa mistura potente. O Boogarins consegue se adaptar a esse mercado independente, por vezes tão limitado, levando uma implosão sonora tupiniquim que esse público tão especifico ainda não sonhou em conhecer. Na bateria, o vigor rítmico e a agressividade da negritude se completa com os gritos tribais e melódicos de um índio que vocaliza o contraste entre a leveza e a selvageria de nossa terra, tudo isso sob uma névoa britânica “shoegaze” de guitarras alucinadas em pedais delay. Não é à toa que esta é a banda de rock nacional mais interessante da atualidade. Talvez a única nova banda, de um Brasil de 200 milhões, em turnê pelos EUA.”
Daniel Aragão
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