Em uma tarde nublada e chuvosa tipicamente londrina, o icônico Hyde Park, em Londres, se encontrava bem cheio mesmo para receber mais uma edição de ingressos esgotados do BST (British Summer Time). Neste último final de semana, tanto no sábado quanto no domingo, a grande atração foi a mais nova sensação pop, Sabrina Carpenter, que arrastou 65 mil jovens fãs para o tradicional evento no maior parque londrino.


Abrindo o palco principal, a filipina Bebadobabee trouxe um show enérgico e indie rock até o talo. Após o sucesso de seu hit “Death Bad”, que estourou no TikTok, e de ter feito o show de abertura para a The Eras Tour da Taylor Swift em 2023, essa figurinha do indie, imaginamos, ainda vai dar muito o que falar. À frente de sua banda, com uma poderosa guitarra rosa, a cantora definitivamente atraiu a atenção do público que, em sua maioria, guardava seus lugares para assistir à headliner Sabrina Carpenter de perto.
Em poucos minutos, o palco, antes decorado com cerejeiras floridas, abriu espaço para a “arquibancada setentista” que vem compondo o cenário da Charm Tour, da Clairo.
Ao som da clássica “After Laughter (Comes Tears)”, canção dos anos 60 de Wendy Rane, Clairo e sua banda entraram e se sentaram casualmente na arquibancada disposta no palco. Por alguns instantes, conversaram entre si, trocaram risadas e beberam taças de vinho.
Daí o show começou. Logo de início, é possível sentir o entrosamento perfeito da banda, que reproduz as faixas do mais recente álbum da cantora (de julho de 2024) com maestria. A própria Clairo demonstra estar muito mais confiante e à vontade no palco em relação aos primeiros shows da turnê, apesar de estar certamente se apresentando para o maior público de sua vida até o momento.
“There are so many of you, im freaking!” (Vocês são muitos, estou pirando!), brincou a cantora para a plateia. Mas, mesmo realizando uma performance muito boa, que vem agradando (e muito) os indies ao redor do mundo, o show de Clairo não pareceu engajar a maioria do público do evento – as jovens fãs de Sabrina Carpenter, em sua maioria crianças e pré-adolescentes, qie queriam mesmo era que a diva pop subisse logo ao palco.
Quando a multidão de jovens adolescentes começou a gritar em uníssono diante da chegada da grande atração do rolê, compreendi que o show de Sabrina Carpenter estava prestes a começar.
Em uma esquete exibida nos telões, em que a própria Sabrina aparece como uma apresentadora de telejornal anunciando o início do show, compreendemos de antemão que a performance se trataria de uma experiência imersiva na estética “cinquentista” da jovem cantora.
Como se o palco fosse o backstage de um programa de auditório; os músicos e dançarinos se arrumam e aquecem para se apresentar. Se, nos shows anteriores o público parecia morno, pode-se dizer que agora estava fervendo.
As 65 mil pessoas que ali estavam dançaram e cantaram freneticamente ao som dos hits de Carpenter. Apesar do enorme sucesso, a cantora não deixou de relembrar sua primeira performance no mesmo local, anos atrás, quando abriu o show da banda sul-coreana Blackpink, e demonstrou sua felicidade em ter, hoje, esgotado duas noites do festival como headliner.
Sabrina é realmente um fenômeno, e, pelo que parece, ainda está em busca de muito mais.