Tudo pesado em SP: o Deftones, o System of a Down e a chuva

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* No segundo dia de shows de “Roque Pesado do Demônio” em SP, foi a vez do System of a Down e do Deftones, um dia após se apresentarem no Rock In Rio. Tocando para uma Arena Anhembi praticamente lotada, parecia um espetáculo bem maior do que o Faith No More na noite anterior. Algo incrível, considerando que o SOAD não lança material novo há 10 anos.

A noite foi atrapalhada por uma chuva chata, relata o poploader Fernando Scoczynski, também ele mesmo em turnê em São Paulo para esses shows com algum viés metal que espirraram para cá do line-up bizarro do Rock in Rio. A água durou pouco mais de uma hora, mas deu uma trégua na hora do Deftones subir ao palco. O grupo balanceou bem as principais músicas de seus melhores discos (“pulando” dois álbuns inteiros) e fez mais do que podia no pouco tempo que tinha – menos de uma hora. Era bem fácil ver os fãs do Deftones infiltrados na plateia, mais animados que o resto, e se deslocando para o fundo assim que o show terminou. A chuva voltou para lubrificar toda a plateia na última música, “Headup”. E daí não parou mais durante o resto da noite.

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Se o Faith No More tinha o desafio de equilibrar músicas novas e antigas sem levar a plateia ao tédio, o System of a Down tinha o desafio de tocar as mesmas musicas sem fazer exatamente o mesmo show que trouxeram em 2011, também no Rock In Rio e em show solo em SP. Sim, o setlist estava realmente muito parecido, então quem esperava novidade de uma banda sem material inédito desde 2005 iria se decepcionar. Entre as pequenas surpresas, estava a faixa “ATWA”, que não aparecia no setlist impresso. Apesar da relativa falta de variedade, todas as 29 músicas foram executadas tão bem que é difícil achar alguma crítica.

A participação da plateia foi boa até demais, durante todo o concerto. Era virtualmente impossível ouvir Serj Tankian perto do palco, tamanha era a vontade dos fãs de se esgoelarem na frente, cantando todas as letras de todas as músicas. A exceção veio em “Temper”, uma “raridade” que não era tocada desde 1999, mas apareceu quinta-feira no Rio, e então novamente em SP. A chuva incessante também não atrapalhou em nada na disposição da plateia para pular e fazer “circle pits”, só dando uma pequena folga após uma hora de show.

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O Deftones foi ótimo, o SOAD foi ótimo, a reação da plateia foi ótima. Mas o guitarrista Daron Malakian, este foi excepcional. Toda a banda normalmente já toca com vontade, mas Daron tocava como se fosse o show mais importante de sua vida. Teve destaques incríveis na guitarra em diversos pontos do show, e suas dancinhas bizarras e animadas davam significado à expressão “um show à parte” – especialmente quando as danças nem tinham muito a ver com a música tocada. Resumindo, ver ele tocando é mais divertido que aqueles mashups de SOAD e cabras, o que já é dizer muito.

** Todas as fotos deste post, mais a da home da Popload, são de autoria de Flavio Moraes, do G1.

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