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* A música brasileira, principalmente a de viés independente, perdeu na última sexta-feira o grande Kid Vinil, jornalista, radialista, executivo de gravadora, cantor de sucesso, DJ, um monte de outras coisas, tudo ligado, em sua maioria, ao som que a gente gosta. Gosta porque aprendeu a gostar muito por causa de Kid Vinil, que desde os anos 70 atuava na música e acabou virando uma espécie de mensageiro/professor do punk, pós-punk, música alternativa, indie britânico e todas as ondas boas que se seguiram.
Kid Vinil, ou Antonio Carlos Senefonte, morreu aos 62 anos, de parada cardíaca, depois de ficar um mês em coma após passar mal durante um show no interior de Minas Gerais. Três dias antes dessa apresentação, Kid gravou seu último programa de rádio, na 89FM de São Paulo, onde mantinha um horário de bons sons às quinta-feiras.
No derradeiro “Programa do Kid Vinil”, em 13 de abril, Kid fez uma de suas várias edições em homenagem aos 40 anos do punk, gênero que ajudou a “trazer” para o Brasil. Recebeu como convidado Walter Thiago, especialista em punk e dono da loja de discos London Calling, do Centro de São Paulo, nome inspirado em disco da banda Clash.
Aliás, o Clash, que o Kid Vinil mostrou para muuuuuuita gente naqueles difíceis final dos anos 70 e começo dos 80, quando o Brasil era um país de canto do mundo e informação aqui demorava anos para chegar, foi a última banda que ele tocou num programa de rádio. É muito simbólico.
Ouça o último dos programas do Kid Vinil neste planeta. Punk e Clash, uma bela despedida para ele.
A chamada em vídeo do Kid Vinil para seu último programa na 89FM, com o Walter Thiago como convidado:
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