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* Lave bem as mãos, fique em casa e ouça nossa playlist das 50 das melhores músicas brasileiras dos últimos sete dias seguem sendo as ordens expressas da Organização Mundial de Saúde para este período zoado que estamos vivendo.
Nesta semana, olha, até pedimos desculpas. Estamos com muitas novidades que, embora na lista abaixo, ainda não podem entrar na playlist no exato momento desta publicação. São algumas músicas que vão entrar entre amanhã (quinta) e sexta-feira, respeitando a cronologia de lançamento de cada. Mas são músicas tão boas que foi inevitável já sair falando delas. Então, igual na antiguidade, saudade das revistas de música: leia primeiro e ouça depois.
Mas já dá para ir aproveitar nossa playlist nas plataformas. Todas as novidades estarão por lá em breve. Combinado?
1 – Carne Doce – “Saudade” (Estreia)
Mais uma vez temos a banda goiana no topo com uma música deliciosa que ilustra com som e letra um desencontro amoroso em uma DR. Ou seria um reencontro pós-término? Ainda estamos desvendando a letra, faz parte. A questão é que já estamos viciados na faixa, que é uma típica Carne Doce: começa deliciosamente calma, mas uma hora a gente sabe que o andamento vai mudar, o som vai descambar em algo esquisito de bom, e tudo se acalma no final. “Saudade” é mais um dos indícios que a banda prepara seu melhor álbum.
2 – Aldo – “Restless Animal”
O Aldo segue sua reformulação (ou reconstrução), rumo ao mundo todo. Depois dos lançamentos “ingleses” de 2019, o primeiro single deste ano chega lindo para agitar a quarentena com suas eletronices indies via o selo britânico Full Time Hobby. A faixa, uma obra que os Chemical Brothers certamente assinariam, é só o primeiro single de uma série que vem ao longo do ano.
3 – Duda Brack – “Pedalada” (5)
Quer uma música para rir e chorar? A gaúcha Duda Brack encontra esse meio termo aqui em uma música que faz rir e se desesperar pela situação. É rock, mas não é. É indie paulistano dos anos 80, tipo Rumo, mas nada tão 2020 foi feito na CENA. Acompanha um vídeo-filme perturbador de tão… gostoso.
4 – Clarice Falcão e Linn Da Quebrada – “After do Fim do Mundo”
A faixa fala por si só. Estamos no after de um mundo que acabou. Pior que isso. No after do after do after. A solução? Dançar. Mesmo que seja de um modo esquisito, combinando com este dance carioca contrastando com um rap de São Paulo. Clash de cenas com duas das mais evolutivas artistas destes tempos.
5 – Boogarins – “Inocência” (Estreia)
Tal como o Kiss quando incluiu os trabalhos solos de seus membros como parte da discografia da banda, #Fefel2020 reúne duas faixas solo do baixista da banda em um disquinho que está no Bandcamp dos Boogarins. As boas músicas vão aparecer em breve no álbum de sobras da banda, “Manchaca”. Vindo do Boogarins, até os “outtakes” costumam ser bem bons.
6 – Obinrin Trio – “Medo” (2)
Formado por Elis Menezes e as irmãs Raíssa e Lana Lopes, o trio feminino (mesmo!) de SP fez aos poucos seu “Origem”, a estreia em disco delas. E com ajuda dos já muitos fãs, famosos e os não. Mais independente impossível. Aqui destacamos, entre vários destaques do álbum debut, a bela “Medo”.
7 – Ozorio Trio – “Get Up” (1)
Outro trio, que não é exatamente um trio, mas sim o projeto de Marcelo Ozorio. Em um disco, “Big Town”, que vai encontrar as conexões do folk americano com a música caipira do Brasil, ele explora no violão uma vibe meio Wilco brasileiro que funciona muito bem em diversas canções. O resultado impressiona de bom. Nossa favorita é essa “Get Up”. Musicaça.
8 – Cícero – “Às Luzes” (3)
Cícero encontra uma vibe meio Radiohead nos tempos do “In Rainbows” e faz uma bonita música em seu novo e ótimo álbum, “Cosmos”. Pressentimos que outras músicas deste disco vão aparecer aqui no Top 50.
9 – Djonga – “Procuro Alguém (4)
Segue no Top 10 esse disco do Djonga inesgotável de bom. Na capa mais forte do ano até aqui, o rapper mineiro estampa a realidade cruel do Brasil. Sua montagem é praticamente a versão ilustrada do verso “Olha quem morre, veja você quem mata”, cantado por Edi Rock em “Negro Drama”, dos Racionais. Ao rappear sobre todas as quebradas, um dos fios de esperança no futuro onde o amor vence está na geração que chega, representada por este som que celebra a pequena Iolanda, a filha mais nova do Djonga. E que letra que ela tem.
10 – Letrux – “Déjà-Vu Revival” (6)
A faixa que abre o disco da Letrux já frequenta o alto do nosso ranking há algumas semanas. É uma espécie de trip-hop atravessado por uma guitarra e com um encerramento apoteótico belíssimo. “Viver é um frenesi”, canta Letrux. Parece daquelas músicas que ganham novos sentidos a cada dia que passa. E que letra que ela tem parte 2.
11 – Dance of Days – “Não Sou Mais o Mesmo (Mas Pelo Menos Não Sou Você)” (Estreia)
12 – Francisco, El Hombre – “Juntos, Nunca Sós” (8)
13 – ÀIYÉ – “Isadora” (9)
14 – Tuyo e Terno Rei – “Eu Te Avisei” (10)
15 – Apeles – “Deságua” (11)
16 – Jhony MC – F.A.B. (12)
17 – Troá! – “Bicho” (14)
18 – Papisa – “Homem Mulher” (17)
19 – Febem, Fleezus e CESRV – “Terceiro Mundo” (19)
20 – FingerFingerrr – “Tô Vivo” (20)
21 – Winter – “Say” (21)
22 – Bivolt – “110v” (22)
23 – Vovô Bebê – “Êxodo” (23)
24 – Luedji Luna e Zudzilla – “Proveito” (24)
25 – Terno Rei e Tuyo – “Pivete” (7)
26 – Shower Curtain – “All That You Do” (18)
27 – Marietta – “Analógica” (27)
28 – Manaié – “Tira a Mão” (25)
29 – Rohmanelli – “Toneaí” (29)
30 – Amen Jr. – “amoretempo” (26)
31 – Derek e Lucas Silveira – “Me Sinto Sozinho” (28)
32 – Edgar – “Carro de Boy” (30)
33 – Os Amanticidas – “Paisagem Apagada” (31)
34 – Trupe Chá de Boldo – “À Lina” (34)
35 – La Leuca – “Morning Gloria (O Medo)” (35)
36 – Nego Bala – “Cifrão in Pé” (36)
37 – Francisco El Hombre – “Cai” (37)
38 – Jovem Dionísio – “Ponto de Exclamação” (38)
39 – Ana Preta e Thaíde – “Não Me Leve a Mal” (39)
40 – Olívia de Amores – “La Cancionera” (40)
41 – Letícia Persiles – “Trem Fantasma” (41)
42 – Juliano Guache – “Bombyx Mori No. 1” (42)
43 – Kiko Dinucci – “Veneno” (32)
44 – Valuá – “Veneno” (33)
45 – Letrux – “Fora da Foda” (43)
46 – ANNÁ e Ilú Obá de Min – “Sobre Rosa” (44)
47 – Julia Melo – “Touch” (45)
48 – Marília Calderón – “O Chão na Palma da Mão” (46)
49 – Mariana Volker – “Me da Me dê” (47)
50 – Luana Flores – “Guerreira de Lança (Furmigadub Remix)” (48)
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* Entre parênteses está a colocação da música na semana anterior. Ou aviso de nova entrada no Top 50.
** Na vinheta do Top 50, Murilo e André Faria, da banda paulistana Aldo.
*** Este ranking é formulado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix, talvez o maior estudioso da nossa CENA. Com uma pequena ajuda de nossos amigos, claro.
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