Top 10 Gringo – Wet Leg gruda no topo com outra música. TeeZee traz a Nigéria ao ranking. Rapper sueco Yung Lean emplaca em terceiro

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* Uma banda da Inglaterra, um artista da Nigéria e um sueco. Demos uma boa passeada pelo mundo nesta semana, porque ainda tem coisa dos Estados Unidos, Gana… Mais uma vez garantindo a melhor playlist de sons gringos, para você não sofrer querendo achar a próxima música boa lutando contra algoritmos. Deixa essa briga com a gente.


1 – Wet Leg – “Being in Love”
E o aguardado disco da Wet Leg, banda liderada pela dupla Rhian Teasdale e Hester Chambers, que deu uma chacoalhada no mundo indie com vários singles que viraram hits, finalmente chegou em sua plenitude de 12 faixas. Na verdade, tem um tempo que a gente escutou, amou e já vinha dando por aqui as pistas desse amor. E é uma felicidade notar que nem só de “Chaise Longue” vive a banda – um super-hit delas, que talvez seja bem aquela música que você já escutou, mas não sabe o artista ainda. Os singles já entregavam essa dica, mas o álbum confirma a capacidade de criar hinos roqueiros chicletes com letras bem sacadas e cheias de ironia, como a de “Being in Love”, faixa que de cara abre o disco e que, pelo refrão, parece um elogio a se estar apaixonada, enquanto os versos descrevem uma tortura mental provacada exatamente por essa paixão. Tudo isso sob uma música de guitarras deliciosa.

2 – TeeZee – “Free Me”
TeeZee é um superartista. Daquele que joga em todas as posições. Faz música, cuida dos negócios, toca uma plataforma de mídia. Veio do grupo musical dele uma expressão que define toda uma cena alternativa da música nigeriana, “alté”. Dá uma pesquisada: tem playlist no Spotify reunindo os principais nomes. No gênero, cabe muita coisa – R&B, indie, dancehall. É difícil de definir e meio que essa é a intenção mesmo. Seu novo álbum solo, “Arrested by Love”, leva mais longe ainda essa proposta. E a ideia de TeeZee é mesmo que o álbum seja visto como um blockbuster que tem um pouco de tudo e quer contar uma história poderosa sobre amor. Experimente. Dá para dizer que TeeZee quis e fez acontecer.

3 – Yung Lean – “Bliss” (com FKA Twigs)
Yung Lean é um rapper sueco nascido em Belarus e um dos nomes mais famosos na ascensão do chamado cloud rap, um subgênero do rap conhecido pelo lo-fi de suas produções. Ainda que seja uma tendência muito norte-americana, ele meteu esta. E esse ainda é o clima em “Stardust”, sua nova mixtape lotada de participações especiais gigantes, tipo a da grande FKA Twigs nesta música. A sequência inicial da mixtape é daquelas “uma melhor que a outra”. Foi até difícil escolher qual colocar na playlist. Em outra dica, escute também “Trip”.

4 – Kae Tempest – “I Saw Light” (com Grian Chatten)
Artista sem gênero, Kae Tempest soltou o impressionante álbum “The Line Is a Curve”, título de muitos significados e uma coleção de impressionante som eletrônico moderníssimo para embalar letras declamatórias que ficam entre o rap e o “spoken word”. Poderíamos ter escolhido qualquer música, mas pegamos esta com o menino vocalista do Fontaines DC. Coisa linda essa parceria.

5 – Vince Staples – “AYE! (FREE THE HOMIES)”
O rapper americano Vince Staples lançou no ano passado seu quarto disco, “Vince Staples”, e já chega com o quinto álbum, assim, superrápido. Chama “RAMONA PARK BROKE MY HEART”, numa pegada assim, tudo em maiúsculas, título do disco e das músicas, meio que gritando. Em suas próprias palavras, é o seu disco mais completo até aqui e que vai até profundas emoções, em especial algumas mais antigas – afinal, Ramona Park é um bairro de Long Beach, na Califórnia, onde ele cresceu.

6 – The Linda Lindas – “Fine”
A banda de jovens garotas pounks mais famosa do mundo, The Linda Lindas arrepia na sua estreia. O quarteto formado por Bela Salazar, Eloise Wong, Lucia de la Garza e Mila de la Garza mostra que sua média de idade (14 anos) é um detalhe para uma capacidade artística monstruosa já. São elas que vão colocar no horizonte de muita gente novinha uma pergunta que pode mexer com o mundo: “E se a gente fizer uma banda também?”.

7 – Black Sherif – “Kwaku the Traveller”
E as nossas pesquisas sobre música nigeriana nos fizeram chegar em um artista de Gana que anda bombando na Nigéria. De acordo com “nosso estudo” (Wikipedia), aliás, ele é o primeiro artista ganense a chegar no topo das paradas nigerianas. O seu nome é Black Sherif, adotado por Mohammed Ismail Sherif Kweku Frimpong. Ele ainda não tem álbum, apenas singles, mas é sucesso do tipo que toca em final da Copa de Gana, um torneio do país que lembra um pouco a nossa Copa do Brasil no formato, saca? Sucesso.

8 – Syd – “Right Track” (com Smino)
Syd, supervocalista da super banda The Internet, que conta com o guitarrista Steve Lacy (talvez você já o tenha visto dando rolê com o Vampire Weekend), soltou seu segundo álbum solo, “Broken Hearts Club”. Mas não se engane com o nome, o clima tá longe de ser deprê – “Fast Car” pode ter até um climinha leve em termos musicais, mas é um papo quente, para ficar em termos amenos.

9 – Jack White – “THe White Raven”
Uau. Sempre dedicado ao analógico, Jack White lidou até aqui com todas as maravilhas e limitações tecnológicas impostas por ele mesmo. Nesse novo álbum, “Fear of the Dawn”, ele se permite ir para o digital. E o resultado, agora sem qualquer limitação em tese, é bem bom. “The White Raven” impressiona pelo número de camadas que dificilmente se alcançaria em algo feito em fita, por exemplo. Repara na textura da guitarra, cuidadosa e fresca – não é o tipo de som em você esbarra todo dia, porque tem que ter alguém que saiba fazer nessa qualidade. White tem muito a explorar nesse novo território.

10 – Shame – “One Rizla”
A notícia de um show do Shame em São Paulo, ainda que no distante novembro – até lá já teve até eleições, pensa… – animou a gente e rendeu um play no maravilhoso “Songs of Praise”, o disco de estreia, lá de 2018, numa outra vida, quase. Se quiser escutar um álbum impecável hoje, e com uma energia transbordante em todas as faixas, recomendamos esse, de onde pinçamos esta zoeirinha nossa.

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* As imagens que ilustra as vinhetas do ranking internacional são das meninas inglesas da banda Wet Leg.
** Este ranking é formulado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.

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