Aqui é Olivia Rodrigo team, bitches. E numa semana que tem vários ídolos nosso de todos os tempos, tipo Fontaines, Chemical Brothers e até Sparklehorse, ninguém falou mais alto ao coração do que a Olivinha. Já sacou a importância dela na música hoje, né?
OIivia Rodrigo vai salvar o rock. Essa bola já estava cantada e se confirma no seu novo álbum, o intenso “GUTS”. Acerto sonoro, lotado de referências como Olivia gosta em sua inspiração e mocidade, o disco cresce em sua caneta que vai na veia das frustrações que pegam todos nós – dos meros mortais aos astros pop. Vejam as cenas do VMA mais recente: só Olivia abriu espaço para referenciar bandas como Hole, Green Day, Weezer, que tanto frequentaram a MTV e agora ficam de canto no que restou da emisso. Se a Taylor Swift resolver brigar com ela (a rivalidade das duas é alimentada pela imprensa gringa), talvez já temos nosso lado escolhido.
Repara nas capas de todos os álbuns do James Blake. Aos poucos, cores foram aparecendo, o próprio rosto de James ganhou forma, ele se aproximou, esquentou. “Playing Robots into Heaven” volta ao preto-e-branco, volta ao personagem misterioso. É menos o rapaz que faz feat. com as maiores estrelas do pop. É mais esquisitinho, a ponto de deixar irreconhecível “Beautiful”, do Snoop Doogg e do Pharell. Mas ficou beautiful. James é bom.
Mark Linkous, aka Sparklehorse, se suicidou em 2010, após uma luta intensa com problemas de saúde sério. Dos seus arquivos, seu irmão mais novo reuniu com a cunhada muitas coisas que Mark planejava lançar no que seria o quinto álbum de seu projeto, “Bird Machine”. Completado por parceiros fieis de Linkous, traz uma memória emocionante de seu trabalho e personalidade. De chorar do começo ao fim, até nos rocks mais agitados. Segura essa “Kind Ghosts”.
Os Chemical Brothers, que já foram reis, parecem hoje correr meio por fora das pressões do mundo moderno. Fazem seus shows e lançam seus discos com tempo e sem muito alarde. E é assim que seguem fazendo coisas maravilhosas, tipo “For That Beautiful Feeling”, décimo álbum do duo. Como a linda “The Darkness That You Fear”, lançada como single nos tempos dolorosos da pandemia, lá em 2021, e aqui retrabalhada. Uma oferta por cores. Por alegria. A escuridão sumiu.
Não é cover do Cure, mas rola um sentimento forte aqui também. Rod Wave é um rapper que sabe trabalhar muito bem uma mistura de base eletrônica com instrumentos orgânicos pontuando, em um mix que casa bem com seu vozeirão de cantor. Essas doses de soul e gospel por não serem sampleadas ficam bem diferentes de sons que vão buscar a mesma inspiração na colagem. Jeitos de se fazer. E o Rod, de bônus, tem uma voz doce que vicia. Anota aí, vai ser um feat muito procurado em breve.
Gosta de boygenius? Esbarramos num som que vai fazer sua cabeça, então. É o compositor Searows, um jovem do Oregon que atende por Alec Duckart. Um folk delicioso. E essa música tem uma historinha engraçada. Nasceu após uma caminhada pela rua que só rolou para abater alguns dias de isolamento e falta de inspiração. Na chegada, a música veio todinha. Coisa linda.
Cabe mais um folk? Mali Velasquez, compositora de Nashville, prepara sua estreia, que vai ter um nome apropriado para uma iniciante: “I’m Green”. Se você não gostar da música, pelo menos vai apreciar as capas deste single dela. São pinturas lindaças.
A gente tava lendo uma entrevista da Beth e pensamos: “Não é que a gente deu pouca atenção para o seu disco solo?”. É preciso valorizar um tiquinho mais o “Natural Disaster” e sua pegada que passeia entre o country e o classic rock, dando uma outra perspectiva do que Bethany sabe fazer, distante dos dias mais indies e “ensolarados” do Best Coast. “Outta Time”, por exemplo, tem o inspirado versos: “There’s a song on the radio/ It helps me when I’m down/ I’m crying at the news again/ Cause the world is slowly drownin’ “. Em tradução livre, “Tem uma música no rádio/ Que me ajuda quando estou triste/ Estou chorando com as notícias de novo/ Porque o mundo está se afogando”. Quem nunca, né?
Do rock basicão do início da carreira até músicas mais complexas e com arranjos ousados, a australiana e nossa chapa Courtney Barnett dá um salto de ousadia em um álbum quase que de música ambiente feita para o filme “Anonymous Club”, que é sobre ela mesmo! Funciona sem o filme? Opa. Trilha perfeita para momentos reflexivos.
UAU. O Fontaines, irlandeses que nunca tiveram medo de mostrar uma gratidão sonora a grandiosidade do U2, se arriscaram num cover delicado para umas das maiores preciosidades compostas por Bono e cia. E meteram a cover numa versão especial que acaba de sair do mais recente disco dele, o “Skinty Fia”. Você gosta de U2 que eu sei, vai. Vai adorar esta.
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* Na vinheta do Top 10 Gringo, a roqueirinha americana Olivia Rodrigo, sob foto que saiu na “Nylon.
** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.