Uma montanha russa de emoções no Top 10 desta semana. Vamos de canções sombrias até umas mais fritadas. Aí descemos de novo até subir para uma animada track que é parte de uma notícia boa que temos para comentar. É lá e cá, como deve ser. Haja coração, já disse alguém famoso do futebol. A regra de toda semana, por sua vez, segue intacta: só música boa.
Uau. Lana Del Rey chegou inspiradíssima no segundo single do seu próximo álbum, “Did You Know That There’s a Tunnel under Ocean Blvd”, que chega já na semana que vem. “The Grants” é uma canção levada ao piano e tem toda sua dinâmica baseada em um belo coral de vozes, que ajuda a controlar toda a intensidade emocional da música aos poucos. Uma emoção que está em seu tema, uma reflexão sobre família, memória e perda – Grant é o verdadeiro sobrenome de Lana, para quem não sabe. Parece que teremos um grande álbum da Laninha, hein? Ansiedade para o show dela no Brasil só cresce.
E, por falar em emoção, que tal mais uma música que pode ser a gota d’água para te derrubar aí no sentimento? É o que provoca por aqui Rhye, essa banda canadense de um homem só: Mike Milosh e sua delicadíssima voz. Igual Lana, ele fala de memória e investe em um arranjo superminimalista que também vai aumentando ao longo da música. Mike escreve adivinha sobre o quê? Memória, sonhos e perda. Uma canção que parece feita para acompanhar “The Grants” – seriam boas irmãs. Aliás, essa temática está presente por todo o novo EP da banda, que se chama “Passing”. Imperdível, viu?
Ainda na vibe de músicas tristonhas feitas para colorir sábados cinzas, recomendamos muito que você ouça Sara Devoe. “Magazine” não é de construção lenta, mas é um rock à meia-luz. Um site gringo chamado “Indie Boulevard” descreveu a faixa como “dark grunge”. É por aí… Sara parece especialista em criar aquelas canções que encontram tristezinhas perdidas dentro de nós. Daquelas que a gente nem sabe nomear. Daquelas que não sabemos nem se são reais. E de maneira bizarra você se sente mais vivo e talvez até alegre por sentir isso. Coisas que uma canção pode fazer por você.
Ok, um pouco de peso neste Pop 10. Que tal um maremoto de guitarras fornecido pela clássica banda britânica Killing Joke? Os caras lançaram o single “Full Spectrum Dominance”, como forma de celebrar um lotado show no também clássico Royal Albert Hall, um dos espaços mais requintados de Londres, um teatrão de ópera antigaço, onde tocaram na íntegra seus dois primeiros álbuns. Mais que um single – a faixa já vem com um maluco remix nomeado como “Pure Trance Dub Remix”, que remonta completamente a faixa. Vale escutar as duas na sequência.
Tirando uma média das reações que vimos pela internet, a turma não aprovou muito “Endless Summer Vacation”, mais recente álbum da roqueira (!?) Miley Cyrus, seu oitavo – uma marca e tanto para uma jovem de 30 anos (e isso porque não estamos contando os álbuns da Hannah Montana). Gostando ou não, é fato que talvez esse seja o momento que Miley melhor mediou seu lado pop-rebelde com seu lado mais country-família. Por agora fiquemos com a fritada e sexy, “Handstand”, que é das mais divertidas do disco.
Por falar em diva pop, já escutaram o fenômeno Karol G? A artista colombiana conquistou um feito e tanto. “Mañana Será Bonito”, seu quarto álbum de estúdio, é o primeiro disco em espanhol a estrear direto no topo da “Billboard”. Também é dela a música mais quente no Spotify no momento, uma parceria com quem? Outra colombiana do momento: “Shakira, Shakira…” Conhecem? Um trechinho da letra dá o papo: “Você parece feliz com sua nova vida/ Mas se ela soubesse que ainda estava procurando por mim…”. Diretaça, não?
Achou que nosso top 10 ficou muito iluminado? É trafegando entre luz e sombra que o Depeche Mode entrega mais um single de “Memento Mori”, primeiro álbum do Depeche Mode desde 2017 e o primeiro sem o fundador Andy Fletcher. Tão densa quanto o single anterior, “Ghosts Again”, a letra desta “My Cosmos Is Mine” pode ser interpretada como um elogio à solidão – uma vontade quase egoísta e impossível de que nada mais seja alterado no universo. Essa tranquilidade diante do impossível deixa a canção muito marcante, carinha de clássica.
E depois de dar um susto na audiência do Lollapalooza com uma cirurgia no quadril, Kevin Parker já fez alguns shows no México e segue tudo bem para a sua chegada ao Brasil. Até lá dá para aproveitar uma nova do Tame Impala feita para a trilha de “Dungeons & Dragons: Honor Among Thieves”, enquanto você treina o passinho do TikTok para fazer em Interlagos durante “The Less I Know The Better”.
VINSON é um rapper com menos de mil ouvintes mensais no Spotify. Sinceramente, a gente nem lembra como chegou ao perfil dele. O fato é que viajamos forte no som do homem. Gosta dos discos do Pusha T produzidos pelo Ye, o ex-Kayne West? Você vai chapar muito no som do VINSON: tem a mesma pegada, o mesmo jeitinho bem particular de usar samples bem longos de outras músicas. Coisa fina. Logo vão descobrir e ele terá bilhões de stream. Questão de tempo.
Hum, fez cara feia para o festival The Town e sua lista de artistas gigantescos/bizarros que talvez você já tenha visto ou nem quer ver? Pois a presença até surpreendente do grupo indie inglês Wet Leg, a sensação mais quente em muito tempo, deve ter transformando muita expectativa por aí. Pelo menos a gente pirou na ideia de dar uma olhadinha nessa nova festa paulista enquanto sacudimos ao som de “On the chaise longue, on the chaise longue, on the chaise longue/ All day long, on the chaise longue…”
* Na vinheta do Top 10, .
** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.