The Residents

The Residents, ícones da música experimental há mais de quarenta anos, têm a trilha (e cenário e figurinos) perfeita para um filme-B de horror. Daqueles tão absurdos que causam mais estranheza que medo. Desde que seus quatro misteriosos integrantes se reuniram, no final dos anos 60, já surgiu a ideia de não revelarem suas identidades, focando exclusivamente na divulgação de suas controversas performances.

Além de inovarem todos os estilos musicais pelos quais se aventuraram, do trance ao punk, foram os pioneiros do vídeo-clipe e da arte performática. Quando a MTV surgiu, os vídeos dos Residents recheavam a maior parte da sua programação, já que na época, pouquíssimos artistas tinham material para exibir na TV. Esses primeiros trabalhos foram tão marcantes que fazem parte da coleção permanente do Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York. “Freak Show”, outro projeto multimídia do grupo, também esteve em uma das exibições do museu.

“Eskimo”, disco de 1979, é considerado o trabalho mais perturbador do grupo e “Meet The Residents” (1974) tem a capa mais famosa, aquela que “homenageava” a capa do disco “Meet The Beatles”, com uma versão bizarra do grupo inglês. Adoram parodiar ídolos do rock: a versão do Residents para “Satisfaction”, do Rolling Stones, virou hit nos anos 70, especialmente entre os punks. Em quatro décadas de atividade e com mais de sessenta discos lançados, o grupo também fez parte de muitas trilhas de filmes e de programas de TV. Em 2010, a banda virou um power trio e passou a usar novas identidades (Randy Rose, Chuck e Bob) e novos figurinos. Em março deste ano, foi lançado um documentário em comemoração a esses quarenta anos de história, contando a trajetória do grupo. “Theory of Obscurity” também tem a missão de mostrar à nova geração a importância e relevância artística do coletivo.