Alguns nomes digamos “discretos” no meio de um line-up costumam surpreender, como aconteceu no recente C6 Fest, no último fim de semana em SP. Uma banda que “roubou a cena” foi a banda britânica The Last Dinner Party. Para uma plateia que foi ver Wilco e Nile Rodgers, o quinteto se mostrou realmente uma internacional representante de peso da nova geração, para muito além dos falatórios na Inglaterra.

Desde o lançamento de seu álbum de estreia, “Prelude to Ecstasy”, no ano passado, o grupo vem sendo apontado como um dos principais nomes da nova onda do rock queer, sendo comparado a projetos como Boygenius e dialogando com fenômenos recentes da internet, como a americana Chappell Roan.
Apesar da estética teatral e do sucesso nas redes, o Last Dinner Party deixou claro no C6 Fest que está longe de ser apenas mais uma banda indie com músicas fofinhas. No ano passado, embarcaram numa turnê intensa, passando por grandes festivais da Europa e dos Estados Unidos. Em 2025, deram uma desacelerada, fizeram algumas apresentações no Japão e vieram para o palco paulistano, como se estivessem com um gás novo.
A vocalista Abigail Morris encantou com carisma e potência vocal, interagindo com o público que respondeu em coro uníssono. Já a guitarrista Emily Roberts brilhou com solos precisos, um dos pontos altos do show.
A apresentação também contou com duas faixas inéditas, “Big Dog” e “The Killer”, ainda não lançadas oficialmente, mas já presentes nos sets ao vivo, além de um cover impecável de “Call Me”, da Blondie.
Com uma sonoridade que funde o brilho do glam rock com toques de indie barroco, muito até pelas roupas bufantes, a banda conquistou pela presença de palco, cuidado estético e referências claras a nomes como Kate Bush, Fleetwood Mac e Florence Welch.
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* Texto de Lina Andreosi e Vinicius Dota.
* As fotos do post e da chamada na home são da divulgação do C6 Fest.