Formado em 1983 por William e Jim Reid, o JAMC ganhou o mundo em 1985 com o álbum Psychocandy, uma obra-prima que misturava com perfeição dream-pop e shoegaze, punk com glam-rock e, acrescentando a tudo isso, infinitas doses de distorção. Mas, de um jeito único e inovador que fez escola. Com suas melodias doces misturadas às reverberações e dissonâncias das guitarras, até hoje servem de referência para grupos como Black Rebel Motorcycle Club, The Walkmen, Yeah Yeah Yeahs e The Kills.
Descobertos em Londres pelo empresário Alan McGee (nome por trás da lendária gravadora Creation Records, que revelaria também Primal Scream, Teenage Fanclub, My Bloody Valentine e principalmente Oasis), o grupo cult escocês tem sete discos discos de estúdio, cada um com a sua própria identidade. Darklands (1987) é o menos “barulhento” e são dele as clássicas “Darklands”, “April Skies” e “Happy When It Rains”. Automatic (1989) e Honey’s Dead (1992) foram gravados somente por William & Jim, sem bateria tradicional, e, portanto, com influências eletrônicas. Stoned & Dethroned (1994) volta ao formato mais clássico, mas por pouco não vira um disco totalmente acústico. Munki, de 1998, foi o último lançado antes da banda se separar e ficar fora de atividade entre 1999 e 2007, em grande parte pela relação conturbada entre os irmãos. Em 2017, lançaram o ótimo Damage and Joy, primeiro álbum em 19 anos, puxado pelos singles “Amputation” e “Always Sad”.
Em 2004, o grande hit da banda, “Just Like Honey”, voltou a tocar no mundo todo após ser trilha de “Encontros e Desencontros”, de Sofia Coppola, embalando a cena final e trazendo uma nova geração de fãs ao grupo. O filme projetou a até então desconhecida Scarlett Johansson, que três anos depois subiria ao palco do festival Coachella, nos Estados Unidos, para cantar “Sometimes Always” (do disco Stoned & Dethroned) com os irmãos Reid.