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* Entra em cartaz hoje no Brasil, depois de uma temporadinha de pré-estreias, o aguardado e já polêmico “Os Oito Odiados” (“The Hateful Eight”). Um dos melhores ou um dos piores dos oito filmes do cineasta craze-shit Quentin Tarantino? O título em português mais apropriado talvez fosse “Os Oito Odiosos”, mas enfim.
O mais teatral dos Tarantinos todos, no sentido cênico mesmo, e uma espécie de “O Caso dos 10 Negrinhos”, de Agatha Christie, transportado para o Velho-Oeste não-ensolarado, em clima de nevasca de gelar a espinha só de ver o filme, “Os Oito Odiados” está longe de ser ruim, como decretou uma forte corrente de críticos das redes sociais e além.
O mais verborrágico dos sempre verborrágicos filmes de Tarantino, é nos diálogos que está a graça deste novo filme do diretor que tem um cinema em Austin, Texas, só dele. E também na música.
Primeiro que quase tudo que é tocado no filme, para sonorizar as cenas de tensão e drama ou servir de trilha para as belas paisagens do Oeste americano sob gelo, foi composto com exclusividade ao oitavo filme de Tarantino pelo famoso compositor italiano Ennio Morricone, de 87 anos, mais de 50 embalando filmes de cinema. É a primeira vez que Morricone bota seu som para servir a um filme de pegada Western desde que trabalhou com os clássicos faroestes de Sergio Leone, nos anos 60.
E ele odiou. Achou que Tarantino simplesmente jogou sua trilha de qualquer jeito nas cenas. Tarantino amou. E retrucou dizendo que nunca gastou tanto tempo costurando cenas e música como desta vez, porque tinha nas mãos um tesouro composto por Ennio Morricone.
Mas, a grandeza de ouvir Morricone no cinema à parte, Tarantino usou “outras músicas” apenas em três ou quatro situações nas quase três horas de duração de “Os Oito Odiados”. Um Roy Orbison no finalzinho e a atriz Jennifer Jason Leigh tocando ela mesma uma canção folk australiana em uma cena do filme são dois exemplos. Mas mais ou menos no começo de “Os Oito Odiados” Tarantino saca um White Stripes quase na íntegra.
A música de Jack e Meg White que dá som perfeito a uma cena que mostra tanto a neve gelaaaaaaaaaada do lado de fora de uma carruagem quanto o clima quente que acontecia dentro dela é “Apple Blossom”, do fundamental álbum “De Stijl”, de 2000, o segundo disco da insólita dupla de garage-blues de Detroit, que ajudou a moldar o novo rock que incendiou a cena indie no comecinho dos anos 2000.
Por mais que eu soubesse que tinha White Stripes na trilha de “Os Oito Odiados”, é sempre arrebatador de repente ouvir um White Stripes “das velhas” começando de repente. Para a geração Mac DeMarco, é ótimo não perder de vista de onde vem essa nova “revolução” indie, vamos colocar assim.
Não por acaso, o vinil da trilha original de “Os Oito Odiados” saiu em dezembro em vinil de 180 gramas e outras bossas pela Third Man Records, a gravadora cool de Jack White, de Nashville. O White Stripes e todo o Morricone estão lá. O CD da trilha do filme está sendo lançado hoje.
A Third Man ainda promete uma outra versão especial da trilha para um futuro próximo, mas ainda não deu detalhes. O que seria?
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Qual o problema com mac demarco?