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* O astral está baixo no universo dos shows indies, mas São Paulo bota a vida para continuar hoje com um respeitável line-up diverso e geral, de vários preços e tamanhos. Confesso que estou confuso sobre o que fazer. Mas antes assim do que nenhum, não? Excluindo dois programas bons de ontem e duas festas boas de hoje, o que temos em cima de palcos paulistanos neste sábado é o seguinte:
* Cabana Café no Mirante – 18h
Mistura de MPB anos 70 com indie americano anos 90, o Cabana Café já está na estrada há cinco anos e há vários EPs e um álbum, “Panari”, de 2013. Na real uma indie-bossa que fica desobediente na voz da doce Rita Oliva, o Cabana Café mostra hoje no Mirante as músicas de sua trajetória e algo da nova fase, como o single sugestivo “Próxima Rodada” e “Qualquer Lugar”, que estarão no disco novo, “Moio”, a sair em breve pela Balaclava. Som maneiro num lugar alto-astral em um fim de tarde ensolarado. E de graça. Por que não?
* Pearl Jam no Morumbi – 20h30
Ok, já vimos mister Eddie Vedder e seu rock grandioso uma centena de vezes (quatro) e de diversas formas. E não ajuda muito o show ser lá no Morumbi. Mas ver uma instituição como o Pearl Jam tocando por três horas com uma bandaça dessas e contando a história do rock recente desde o grunge ao, hum, “messianismo indie” não é de desprezar jamais. Prepare-se para covers legais e discurso pela paz mundial. O pacote vem completo.
* Aldo The Band na Casa do Mancha – 21h
Não basta ter feito o disco brasileiro do ano (em lingua inglesa) e uma inacreditável concepção sonora que o torna algo retrô e ultramoderno ao mesmo tempo, o explosivo Aldo toca domesticado na casinha indie mais importante de São Paulo. Show para poucos. Mesmo.
* Pin Ups no Sesc Pompeia – 21h30
Este é especial. O último show de uma banda que nem existe mais faz tempo. Uma reunião cheia de participações especiais para exorcizar de vez o rótulo de “banda indie mais importante de São Paulo”, em um certo período. Heróis que ajudaram a moldar a música independente brasileira hoje. De um tempo em que ser indie em São Paulo era ser tarefa das mais impossíveis, pois não tinham palco para tocar, os clubes eram tortos, montar um setup de palco significava trazer tudo de casa etc. Bandas como Pin Ups, Mickey Junkies, Garage Fuzz (que inclusive tocaram ontem em SP), Killing Chainsaw, brincando de deus mereceriam estátuas na frente da Casa do Mancha, do novo Z Carneceria, do Rio Verde e da casa nova que vai abrir em breve na Pompeia. Exemplos meeeeeeeesmo de rock alternativo. O inacreditável guitarrista noisy Zé Antônio botou seu Pin Ups para funcionar na mesma época que Kurt Cobain rascunhava o Nirvana, para dar um exemplo doido só para situar, cada um com as dificuldades de sua cena. De novo a coisa de “a história vai ser contada” acontece hoje no Sesc Pompeia, narrada pela sujeira de garagem dos Pin Ups.
* Nós vamos em qual, hein?
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