South by Southwest “musical” ocupa Austin até domingo e discute o jeito de se ouvir música

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Nada menos que 2 mil bandas e artistas farão de Austin a capital mundial da música nesta semana, em mais uma edição do fenomenal South by Southwest, evento que há três décadas começou apenas musical, mas foi se tornando ao longo dos anos um ponto de encontro para se discutir também diversos gêneros de arte (especialmente cinema), tecnologia, novas tendências de mercado e por último a internet, sua interatividade e usabilidade.

O evento começou mesmo na sexta passada com seu tradicional Keynote, ou o painel de apresentação do approach do evento em 2016. O convidado para o bate-papo foi apenas o presidente Barack Obama. Coisa pouca. Mas é de hoje em diante que o Sxsw ganha seus contornos musicais.

Até domingo, Austin vai abrigar esses milhares de shows (mesmo!) que englobam desde artistas independentes ao Iggy Pop e sua superbanda com o Josh Homme. Mas as atividades iniciais começaram com uma roda de discussão sobre os serviços de streaming da atualidade, tipo Spotify, Tidal ou o Beats, da Apple.

Em 2015, os serviços de streaming dobraram os números do ano anterior. Ao todo, ano passado, músicas foram tocadas em plataformas oficiais por 317 bilhões de vezes.

“Por mais que os serviços de streaming estejam substituindo as gravadoras, lojas de varejo e até as lojas virtuais como o jeito mais eficiente de oferecer música para o consumidor, eles não são os mais amistosos com os artistas. O objetivo dessas plataformas é atrair o consumidor para um maior número de vendas e construir um negócio. Em último âmbito estruturar a forma como estamos ouvindo música, mas não necessariamente de um jeito que esteja ajudando os artistas para que seus produtos sejam vendidos”, alertou a executiva Marisol Segal.

“Houve um consenso solto centrando-se na ideia do streaming como um exemplo potencialmente benéfico da tecnologia expandindo o alcance da música, do mesmo jeito que um dia inventaram o fonógrafo, rádio, cassetes e discos. Hoje há mais pessoas que escutam uma ampla variedade de músicas e diversas bandas novas foram apresentadas para um público que não as conhecia”, contrapôs o pesquisador Jon Maples.

“A verdade é que música agora pode ser acessada em todos os lugares e a qualquer hora via smartphones, por exemplo. Mas o outro lado da discussão é que as plataformas de streaming sugerem mais um triunfo comercial do que da arte em si, ponderou o jornalista Greg Kot”, do Chicago Tribune.

Enquanto o papo cabeça vai rolar durante toda a semana em oficinas, palestras e workshops, diversas bandas farão shows (alguns de surpresa) em clubinhos, restaurantes, teatros e até nas ruas de Austin. A boa notícia é que muitos deles serão transmitidos ao vivo.

A Billboard, por exemplo, mostra a partir desta quarta-feira em seu canal exclusivo shows de Future, Santigold, Blood Orange e Jamie xx. A NPR vai botar o rapper Vince Staples para tocar no famoso Stubbs. E vai ser também no Stubbs, na sexta, o concorrido show do considerado ‘the next big thing’ do festival, o afro-coreano nascido na Califórnia (!) Anderson Paak, 30 anos, que mistura R&B, hip hop e soul.

A Popload vai tentar ficar de olho nas movimentações e shows que terão transmissão ao vivo. Sxsw será assunto em voga por aqui nos próximos dias.

Abaixo a SIA fazendo uma apresentação especial no fim de semana como “aquecimento” para o Sxsw, em performance gravada para o programa do Jimmy Kimmel direto de Austin.

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