Morreu ontem em Londres, aos 56 anos, a especialíssima cantora irlandesa que, segundo o jornal inglês “The Guardian” escreveu, era o angelical anjo para quem o amor, a inteligência e a loucura eram características inseparáveis.
Há muito tempo longe de seu “momentum” como artista, vivendo problemas de saúde variados, inclusive e por causa disso mentais, nos últimos tempos e ainda tendo perdido o filho de 17 anos recentemente por suicídio, Sinéad O’Connor era/estava “terrivelmente vulnerável”, para quem teve a oportunidade de entrevistá-la. Ou lido seus posts no Twitter e Facebook.
Os fantasmas que atormentavam a cantora do absurdo hit mundial “Nothing Compares 2 U” (1990) apareceram bem no livro de memórias “Rememberings”, lançado há apenas dois anos, em 2021. E finalizado apenas meses antes de seu filho adolescente se enforcar.
O cantor Morrissey escreveu um longo texto sobre Sinéad O’Connor em seu canal oficial, o “Morrissey Central”, intitulado “You Know I Couldn’t Last”, algo como “Você sabe que eu não duraria”, que é um nome de suas músicas. Música dele: Morrissey. Vai em inglês um trecho:
“She had only so much ‘self’ to give. She was dropped by her label after selling 7 million albums for them. She became crazed, yes, but uninteresting, never. She had done nothing wrong. She had proud vulnerability… And there is a certain music industry hatred for singers who don’t ‘fit in’ (this I know only too well), and they are never praised until death – when, finally, they can’t answer back.”
Morrissey segue culpando o status quo do showbiz, principalmente os executivos de gravadora, e cita outras “vítimas” deles, como Judy Garland, Whitney Houston, Amy Winehouse, Marilyn Monroe, Billie Holiday. “Para onde você vai quando a morte é seu melhor resultado?”
Hoje de manhã, em seu canal no Youtube, o antigaço e há muito extinto programa de TV holandês “Countdown”, que foi famoso nos anos 80 e 90 por ser o principal show de música independente da TV europeia, postou uma performance de Sinéad O’Connor nele, de 1987. É da música “Troy”, o primeiro single lançado pela cantora irlandesa, que fez parte de seu álbum de estreia “The Lion and The Cobra”, lançado naquele ano. E que já mostrava o que a voz de O’Connor iria entregar de personalidade ao pop.