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A Popload já pegou, já ouviu e já deglutiu o novo disco do Radiohead. E convidou o poploader Fernando Scoczynski Filho, que andou falando de Radiohead até na BBC 6 Music, hoje, para escrever sobre o que achou do novo álbum da turma do Thom Yorke.
Amando ou odiando os discos do Radiohead, uma coisa é certa: cada um tem uma “cara” específica, uma atmosfera que permeia o LP todo, diferente dos que o precederam. Se “In Rainbows” era o disco pop-rock feliz (para os padrões do Radiohead, anyway), “The King of Limbs” era quase o oposto, um disco seco, sintético, parecendo conter remixes de si próprio. Agora, temos “A Moon Shaped Pool”, que não é uma coisa nem outra, parecendo mais um trabalho “acústico” – nos padrões do Radiohead, claro.
O disco puxa bem mais para uma instrumentação orgânica, em vários casos. Violões e pianos aparecem mais frequentemente que guitarras, baterias de verdade substituem as eletrônicas, e belos arranjos orquestrais/de cordas dão as caras. A princípio, difícil de digerir como qualquer trabalho do Radiohead, mas é certamente mais fácil e agradável de ouvir que o disco anterior.
A inclusão de novas faixas antigas também é bem-vinda: a já-clássica “Burn The Witch” continua excelente, e a antigaca “True Love Waits” finalmente dá as caras em versão de estúdio, fazendo valer a pena. “Full Stop” e “Identikit” surgem um tanto diferentes das versões ao vivo, o que irá desagradar a muitos (eu gostei).
Quando saiu o “TKOL”, lembro de dizer aqui na Popload que parecia “o acompanhamento de um prato principal”. Mesmo depois de anos digerindo e apreciando cada vez um pouco mais, parece incompleto. Agora, com “A Moon Shaped Pool”, de 53 minutos, dá para tranquilamente constatar que tem bem mais cara de um disco completo, algo que valeu 5 anos de espera.
** Ouça abaixo as faixas “The Numbers” e “Identikit”.
Discão!
Para mim, um obra de arte. Talvez o disco do ano, talvez o da década.