Na noite desta terça, na Inglaterra, o grande grupo inglês Idles fez um show secreto em Londres, para comemorar no palco, ao vivão, o anúncio que fizeram hoje de álbum novo em 2024 (“TANGK”) e single novo (“Dancer”) com vídeo já lançado nos streamings e Youtube.
A Popload recebeu um convite para estar nessa apresentação meio teste-meio celebratória em muitos sentidos. O show aconteceu no pequeno Village Underground, no bairro de Shoreditch, clube pequeno onde a banda chegou a se apresentar, no comecinho de carreira, no não tão distante assim 2017.
A eterna poploader Ana Carolina Monteiro conta tudo o que aconteceu nessa comemoração da nova fase amorosa do Idles em show.
por Ana Carolina Monteiro, de Londres
Casa pequena para o tamanho da banda, capacidade para 600 pessoas. Lotado, mas tranquilo. Show “secreto” anunciado para “TANGK”, sem citar o nome da banda. Semanas antes havia vazado um “pre-save” para o disco em nome do Idles, para fevereiro de 2024, mas o link saiu do ar.
Fã não marca bobeira e assim que o misterioso TANGK agendou esse show em Londres, os (poucos) ingressos, aparentemente só anunciados no Facebook de forma enigmática e para uma comunidade de fãs do grupo, se esgotaram.
TANGK, agora confirmadíssimo, vai ser o quinto disco do IDLES (lançamento em 2024) e dele já conhecíamos um trechinho de “Dancer”, primeira música nova do grupo desde 2021 e que acabou de ter seu lançamento oficial.
O show começou com a inédita “Gratitude”. O vocalista Joe Talbot provocou dizendo que eles tocariam “umas duas músicas novas”. Depois falou que o show seria “metade-metade, mas não se empolguem”, se referindo à quantidade das novas e das conhecidas do setlist. Para depois deixar no “OK, muita música velha”, sem ninguém reclamar.
Ele falou da estranheza de voltar a tocar num palco tao pequeno. “É como se meu ego tivesse crescido, mas nada mais além disso. E sem a rampa”.
“Yaaaaaaay” da plateia.
Talbot também anunciou que a banda vai demorar a voltar a tocar no Reino Unido _plateia superparticipativa, porque era o Idles e porque o lugar era pequeno_, reagiu com um “Aaaaaaaaaah”) e ele zoou que aquilo não era teatrinho de criança para todo mundo reagir a tudo que ele falava 😂). Depois justificou que o Idles vai sair em turnê grande primeiro fora de UK e só então voltar para lá.
Disse que está em um momento “terrível” (“Oooooooooh” – plateia não se segura) e que só duas coisas o mantêm vivo: a filha e a música.
Quando ele falou desse “terrible terrible place” em que se encontra, o público imediatamente mandou um “Awwwwwn”. Talbot: “Calma gente, não é tão ruim ASSIM”.
O frontman do Idles relembrou fases e histórias antigas da banda, e homenageou a booker (agente de banda que negocia shows e festivais) e melhor amiga Natasha com o hit “Grounds”.
“Ela conseguiu agendar um show nosso aqui no Village Underground à época do ‘Brutalism’ [álbum de estreia deles, de 2017] e, quando o show esgotou, ela ficou tao feliz que gastou o resto do nosso budget numa plaquinha escrita SOLD OUT.”
“Dancer”, o single lançado nesta quarta, finalmente apareceu quase no final do show e já nasceu hit com seu refrão facinho, “Dancing… hip to hip. Dancing… cheek to cheek!”.
Discursos pedindo mais auto-estima, empatia, compaixão, amor ao próximo e aos imigrantes e mensagens antifacistas (a última música, “Rottweiler”, foi dedicada ao “amor da vida dele”, que assim como ele é antifascista).
No encerramento, quando anunciou “Rottweiler”, mandou um “Our last song”. Todo mundo “Boooooooooo”. Ele: “Parece que vocês nunca foram a um show do Idles. Ninguém fala ‘Boooooo’ para a última música. Eu vou repetir. “This is our last song”. Todo mundo: “Yaaaaaaaay”, de novo.
Resumindo, das falas de Joe Talbot veio muita gratidão. Na real, foi um show “gratiluz” à moda Idles, claro. Talbot mostrou saber reconhecer quem o ajuda (no caso, os fãs) e o apoia. Talvez porque a primeira canção dessa apresentação secreta (agora não mais), lembra?, foi a inédita “Gratitude”, uma das que vão puxar o novo álbum. E talvez o clima do disco.
Obviamente, teve vários “fucks” ao King. Era o Idles sendo Idles. Um pouco de fúria, um pouco de fofura. Love is the FING.
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* Todas as fotos deste post são de Ana Carolina Monteiro.