POPNOTAS TRETAS E TRISTEZAS – A morte da enorme Sophie e os “cancelamentos” de Karol Conká e Marilyn Manson

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– Fim de semana triste para a música. A cantora, produtora, compositora e DJ escocesa SOPHIE (foto abaixo) morreu após um lamentável acidente na Grécia. Ela tinha 34 anos. Segunda nota publicada pela gravadora Future Cassic no sábado, SOPHIE caiu de um local alto enquanto tentava ver melhor a lua cheia, na noite anterior. Primeira artista trans a ser indicada ao Grammy com seu álbum de estreia, “Oil of Every Pearl’s Un-Insides” (2018), além de trabalhos com artistas como Charlie XCX e Madonna, SOPHIE mexeu com as estruturas da música pop e da música eletrônica em criações que questionavam os limites do que é muito avançado para ser popular e vice-versa. “Poucos artistas traduziram tão bem a sobrecarga de estímulos sensoriais, a deformação da imagem virtual e nosso déficit de atenção generalizado”, escreveu o jornalista e crítico musical GG Albuquerque⁣⁣. Outra análise sensível da obra de SOPHIE vem no comentário da escritora Vrinda Jagota quando resenhou o álbum de SOPHIE na lista dos 200 melhores dos anos 10 pelo site indie americano “Pitchfork”. “SOPHIE construiu um mundo totalmente novo, onde nosso eu mais autêntico é aquele que construímos, reinventamos e lançamos ao mundo todos os dias.” R.I.P, Sophie.

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Hilton Valentine, guitarrista da formação original do The Animals, importante banda inglesa dos anos 60 liderada por Eric Burdon, morreu aos 77 anos. É dele o dedilhado de guitarra que deu à versão de “House of the Rising Sun”, do Animals, um toque único – em suas palavras, apenas um adicional que ele quis dar à sequência de acordes que Bob Dylan usava para a música. Dona de muitas versões e arranjos, a tradicional canção do folclore norte-americano tem na versão roqueira dos ingleses talvez seu registro mais conhecido. A causa da morte de Valentine não foi revelada. A notícia foi dada a amigos no sábado pela esposa do guitarrista, Germaine Valentine.

– Situação complicada aqui fora vive a rapper curitibana Karol Conká que está lá dentro da casa do programa global “Big Brother Brasil”. O festival pernambucano Rec-Beat pensa em suspender a exibição de uma performance que Conká gravou como atração da edição 2021 virtual do evento, por conta de declarações dela no programa da Globo. As falas de Karol Conká no BBB21 repercutiram bem mal nas redes sociais por serem consideradas xenófobas. A curitibana fez críticas ao jeito de como outra participante do programa, a paraibana Juliette, se expressa. “Eu sou de Curitiba. Eu tenho muita educação com as pessoas”, disse Conká, sexta-feira passada no programa. A participação da rapper no tradicional festival independente brasileiro dentro do Carnaval pernambucano está marcada para acontecer no dia 14 de fevereiro, na data única de realização do Rec-Beat e o que seria o “domingo do Carnaval”. O evento, nordestino, soltou uma nota dizendo que não com compactua com o posicionamento da curitibana e que avalia a suspensão da exibição de seu show gravado no festival. Que não chegou à decisão final ainda porque Karol Conká está confinada na casa da Globo, sem comunicação, e o contrato dela com o festival envolve vários agentes.

– Outra polêmica de cancelamento, envolvendo gente da música (e cinema). Agora internacional e sobre abusos psicológicos, sexuais e de violência. A atriz Evan Rachel Wood desabafou hoje em suas redes sociais revelando que foi abusada por anos pelo astro Marilyn Manson com quem teve um longo e famoso relacionamento, entre 2006 e 2010. Wood usou seus Stories no Instagram para fazer a acusação dizendo que estava cansada de medo de retaliações, difamações e chantagem: “O nome do meu abusador é Brian Warner, também conhecido mundialmente como Marilyn Manson. Ele começou a me assediar quando eu ainda era uma adolescente e abusou terrivelmente de mim por anos. Eu sofria lavagem cerebral e fui manipulada à submissão”. E pediu para que outras supostas vítimas de Manson se manifestassem, o que gerou vários depoimentos nesse sentido. Os abusos, segundo os relatos, incluíam ameaças físicas e psicológicas, que chegavam a níveis absurdos como: matar animais de estimação de amigos que ele tinha proibido de entrar em contato, punir a vítima se ela dormisse antes das 3 da manhã e acordá-la com música altíssima. E ainda pedir para a namorada, judia, comprar memorabilia nazista. A lista segue de forma assustadora e tem pelo menos outras quatro mulheres acusando o músico de abusos vários, além de Evan Rachel Wood. Marilyn Manson até agora não se manifestou sobre o assunto. Em 2016, em uma entrevista à revista “Rolling Stone”, a atriz disse que havia sido estuprada duas vezes “alguns anos atrás”, uma por um namorado e outra por um dono de bar, sem citar nomes. Em fevereiro de 2018, ela foi à polícia para relatar uma violência doméstica e uma tentativa de estupro. Sobre esses depoimentos, ela teria negado que teria sido Marilyn Manson, com quem havia se relacionado de 2006 a 2010, o autor da violência. Na época desses depoimentos de Evan Rachel Wood, um representante de Marilyn Manson soltou uma nota afirmando que “Infelizmente vivemos numa época em que as pessoas acreditam que o que elas lêem na Internet seja verdade e se sente à vontade de falar o que quiserem ser terem nenhuma evidência do que ocorreu. Os eventos disso podem ser catastróficos e gerar essas fake news é completamente irresponsável”. Daí, hoje, Wood resolveu dar o nome de Manson como seu abusador. Treta feia.

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