POPNOTAS – Toro Y Moi alienígena. A serenata do Fontaines D.C. Nilüfer Yanya assumindo a PJ Harvey. O livro brasileiro do Nick Cave

– Um dos nomes indies mais queridos aqui, o músico e produtor Chaz Bear, mais conhecido pelo nome se seu projeto lindo Toro Y Moi, lançou hoje o inventivo vídeo de “Millenium”, faixa de seu mais recente álbum, o delicinha “Mahal”, seu sétimo, lançado no final de abril. O visual de “Millenium” se dá, digamos, com o Toro Y Moi vestido de ser intergalático tocando numa festa de Réveillon, no caso na virada de 1999 para 2000, num hospital para uns pacientes especiais. Ou “únicos”, como disseram no informe do vídeo.

– Grian Chatten tocando acordeão numa janela, tipo como numa serenata irlandesa (!), é o tema de outro vídeo bonitão lançado hoje. O Fontaines D.C. liberou hoje os visuais de sua bela e minimalista “The Couple Across the Way”, música calminha tirada de seu novo disco, o badaladíssimo “Skinty Fia”. A canção teve uma motivação real para estar no terceiro disco do grupo de Dublin. “Estava morando em um pequeno apartamento no norte de Londres com minha namorada e havia essa visão de Hitchcock de um casal de idosos à nossa frente. Eles tinham essas discussões ardentes que faziam os pombos voarem, e depois de cada um o homem do casal saía para esta pequena varanda e apenas respirava por cerca de 10 minutos. não pude deixar de imaginar isso como um reflexo de mim e minha namorada nos próximos anos, e nós mesmos como um reflexo de uma versão mais jovem e feliz deles”, disse Chatten. Nessas virou este vídeo aqui:

– O que vinha sendo um “plus” de seus shows, agora foi oficializada em versão de estúdio. A especialíssima pois exótica cantora britânica Nilüfer Yanya lançou hoje como single oficial de estúdio sua releitura de “Rid of Me”, um dos hits da maravilhosa conterrânea PJ Harvey, poploadíssima. A música tem o nome do segundo álbum de Harvey, lançado em 1993, e vem sido tocada ao vivo por Nilüfer em sua turnê do (também) seu segundo álbum, “Painless”, que chegou às lojas em março deste ano. A jovem cantora inglesa, parte caribenha e parte turca, explica a tara pessoal dela pelo hino indie da PJ Harvey: “Eu tenho adorado tocar essa música ao vivo, nos últimos meses. ‘Rid of Me’ me assombrou por muitos anos depois que eu a ouvi pela primeira vez, mas em um jeito fofo de pensar nela, sempre soube que essa música seria minha amiga. No começo ela me desafiava, era estranha comigo, mas sempre a achei uma canção perfeita. A considero uma música romântica, apesar de sua letra parecer levá-la para outro caminho. Comecei a escutar ‘Rid of Me’ de novo no ano passado e então passei a aprender a tocá-la. De repente ela fazia parte dos meus shows. Então achei bom capturá-la com minha banda em uma versão gravada decentemente”.

– Saiu hoje na Inglaterra, EUA e Austrália o livro “Faith, Hope and Carnage”, a nova obra do músico indie-eclesiástico Nick Cave, em parceria com Sean O’Hagan, tarimbado jornalista britânico do “The Observer”(O “Guardian” de domingo). O’Hagan gravou extensa entrevista (ou seria conversa?) com Cave sobre isso mesmo que o título do livro sugere: fé, arte, música, liberdade, luto, amor, seus processos de composição e como sua vida foi transformada nos últimos anos, com a morte de dois filhos seus. Foram 40 horas de papo. Outra notícia boa é que o livro de Nick Cave vai ser lançado ainda neste ano no Brasil, em novembro, devidamente em português. É uma edição da ótima Terreno Estranho e entra em pré-venda na semana que vem. Temos até a capa, já.

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