*** Sexta-feira produtiva de novos discos e quem puxa a fila é a talentosa Clairo, que botou para rodar seu terceiro álbum de estúdio, o bastante aguardado “Charm”. Com 11 novas faixas, o projeto é credenciado pelos ótimos singles “Sexy to Someone” e “Nomad”, com aquele jeitinho mais intimista e lo-fi dela, aliado a inspirações do pop oitentista. O disco foi produzido pela própria Clairo em parceria com o músico Leon Michels, do El Michels Affair. “Charm” soltou em 2019 seu álbum de estreia, “Immunity”, e em 2021 o elogiado “Sling”. Este inédito projeto foi gravado como se fosse ao vivo, em fita, em dois estúdios de Nova York.
*** O “X” do indie, não o do Elon, também está entre nós. “X’s” é o novo álbum do Cigarettes After Sex, do qual já conhecíamos os bons singles “Dark Vacay” e “Tejano Blue”. Terceiro álbum de estúdio do grupo norte-americano de dream pop, “X’s” é o primeiro deles desde o aclamado “Cry”, que saiu em 2019, e é guiado pelas dores sentimentais do vocalista e compositor Greg Gonzalez, que fala muito sobre o fim de um relacionamento longo e como tem sido o aprendizado de ter que lidar com isso. A inspiração sonora do projeto, segundo o Greg, são as “slow-dance pop ballads” dos anos 1970 e 1980.
*** Icônico grupo do rock alternativo dos anos 90, o Travis volta a ter uma curva ascendente na carreira e isso se confirma em “L. A. Times”, novo disco lançado hoje. Banda preferida do Noel Gallagher na época de seu surgimento, os escoceses nos ofereceram grandes hits tristes como “Why Does It Always Rain On Me?” e Writing to Reach You” e se revelam bastante introspectivos neste novo trabalho, especialmente na pessoa do líder e compositor principal Fran Healy. Apesar da montanha russa usual de fases que todas as bandas e artistas enfrentam, o Travis nunca parou nestes mais de 25 anos de carreira e encaram a fase de serem velhos demais para serem jovens, jovens demais para serem velhos. Em entrevista recente dada ao Correio Braziliense, Fran falou sobre o paradigma entre a nostalgia e as novidades. “Existem três tipos de bandas: as novas, que estão buscando o espaço; as nostálgicas, que vivem das músicas antigas e não precisam mais lançar nada; e as como nós, que estão lançando novidades, mas tem a nostalgia muito forte do público com as músicas antigas”. Nesta mistura de novidades, retomada e nostalgia, “L.A. Times” tem uma certeza: o Travis respira.