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* Popload na Riviera Francesa, direto do… festival de publicitários!!! E aqui em Cannes, quando você quer chamar os serviços do Uber, você tem a opção de pedir um Uberpop (carro normal) e um UBERCOPTER. Sem mais.
* Cumprimento de galera local é uma coisa muito complicada e de difícil costume (para os de fora). Veja o eterno caso de paulistas e cariocas. Um beija duas vezes, o outro um. E quantas e quantas vezes no encontro SPxRJ a cara da pessoa do Rio fica no ar, enquanto o de SP se recolhe, porque já deu o “oi” dele com um beijo? Daí o paulista volta para não deixar a pessoa carioca no vácuo e ela já recuou e deixa ele, o paulista, na bobeira. E os dois riem constrangidos com suas idiossincrasias, ha-ha. Uma vez o baterista do Arcade Fire, quando a banda tocou em SP, Rio e Porto Alegre, me perguntou por que essa confusão em duas cidades brasileiras tão próximas, porque ele não conseguia se adaptar aos cumprimentos. Ainda mais que, em Montreal, onde ele vive, são QUATRO beijos.
Daí ontem estou comendo num bar de Cannes, fim de tarde, e duas mesas perto me chamam a atenção. Uma só de garotas, outra só de caras. Cada um no seu papo. Eis que chega um sujeito para sentar na mesa dos rapazes, mas que, se percebe, é amigo das meninas, que ficam bem felizes de vê-lo. O cara dá dois beijos em cada cara da mesa masculina, bota suas coisas numa das cadeiras separada para ele e vem de encontro às “femmes”. Para cada uma das três garotas da mesa, ele estende a mão e dá dois tapinhas sincronizados. Sem beijo. Dois tapinhas sincronizados. Sabe o conhecido tapinha seguido do choque de mão fechada tipo murro, o “bro fist”? É aquele tapinha de mão estendida, meio mole, sem o murro. Aqui, com as mulheres, um cara cumprimentou cada uma das três ladies com dois tapinhas, depois de dar dois beijinhos nos três gentlemen. E assim seguiu-se uma tarde normal de verão na Côte D’azur.
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Beck esteve ontem em Cannes e fez um míni-show especial, ele-violão-gaita, para convidados da marca de streaming Spotify, que recebeu poucos para apresentação em sua sede pop up, armada durante este festival de publicidade que acontece nesta semana aqui na riviera francesa
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* Das personas de música que estiveram em Cannes palestrando aos publicitários e marketeiros, pelo que eu ouvi o destaque foi o “maluco” Marilyn Manson, que deu uma aula master no começo da semana contando que seu amor em criar marcas é tanto que ele tinha decidido seu estilo de artista roqueiro e para onde ia guiar sua música antes mesmo de escrever sua primeira canção. Antes mesmo do primeiro acorde tem a história da criação de seu nome, o misto entre o anjo “misterioso” Marilyn Monroe e o assassino Charles Manson. Foi uma hora de aula de exposição de criatividade, inspiração e condução de uma história (carreira) de Marilyn Manson. Por ser tão marketeiro num mundo em que a música vive de seus marketings, a revista “Spin” crava sempre que o cara é o último dos grandes astros do rock que temos. A aula de Manson foi baseada nas cinco lições abaixo:
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* A velha banda francesa Bikini Machine voltou a viver grande fase na cena local, pelo que ando vendo (ouvindo). Hoje eles tocam no OUI FM Festival, ao vivo, tipo agora às 19h na França (14h no Brésil) na rádio que dá nome ao evento. O Bikini Machine parece (ou ainda parece) banda de meninos. Os caras, de Rénnes, que surgiram aqui na mesma época que os Strokes em NYC, tão se dando bem por conta do último álbum lançado, “Bang on Time”, que veio à luz no ano passado. A rápida canção-manifesto “Stop All Jerk” ainda toca sem parar na França. Os caras continuam figuras e o vídeo de “Stop All Jerk” tem estilo. Quem fecha o OUI FM festival
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* Outro com vídeo style e também da velha guarda é o francês Cali, este menos rock e mais “pop francês”, embora tenha um passado quase metal. Toca bastante por aqui, também, a grandiosa “La Vie Quoi”, canção de um álbum “meio Gainsbourg” que ele lançou neste ano, “L’âge d’or”, o da capa acima.
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* Banda grande da era grunge, as “meninas” californianas do L7 se apresentaram pequenas e em meio de programação de palco secundário neste final de semana que passou num festival aqui da França, o Hellfest, evento “da pesada” que acontece perto de Nantes e que juntou de headliners bandas como Judas Priest, Korn, Scorpions, Alice Cooper, Motorhead e galera, incluindo o “brasileiro” Cavalera Conspiracy. Olha, dei uma assistida num link ao vivo que botaram e vou dizer que o pique das senhoras amigas do Nirvana não está ruim, não. Banda feminina que ajudou muitas outras bandas femininas a se formarem nos EUA, talvez elas não estejam mais na idade de mostrar a bunda na janela do ônibus de turnê, como fizeram no Brasil em 1993, mas ainda dão um caldo. Caldo sonoro. O show inteiro no Hellfest, 40 minutinhos que incluem pérolas como “Andres”, “Shitlist” e o grande hit “Pretend We’re Dead”, está aqui:
* A Popload está em Cannes para participar do lançamento “mundial” da Barry Company, empresa de entretenimento e publicidade que não tem um mês de existência e já possui um Leão de Prata no currículo.
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