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Jeremy Corbyn: A esperança do grime, do indie, do rock, dos hipsters e do baile todo…
Never Mind the Politics!
Em tempos de Brexit, Trump, Temer e outras mazelas políticas, foi interessante observar a reviravolta “popular” (beeem entre aspas) das últimas eleições legislativas britânicas, quando o Reino Unido escolheu seus representantes no Parlamento. Com o resultado da eleição pró-Brexit embaixo do braço e certa de que conseguiria mais poder e assentos na casa, a primeira-ministra Theresa May antecipou a eleição geral em três anos. Apenas. Ela só não contava com a sua queda de popularidade (e com dois ataques terroristas durante a campanha) e muito menos com o status inesperado de pop star do oponente Jeremy Corbyn.
E o que a gente tem a ver com isso?
Bem, primeiramente, é sempre bom saber o que rola pelo mundo. E, ao mesmo tempo, deu um certo alívio saber que em algum lugar as coisas começam a voltar aos eixos, ou quase. Assim como aconteceu em São Paulo, durante as eleições Haddad x Doria, e nos EUA, entre Hillary x Trump, houve no Reino Unido uma campanha em massa de artistas, músicos, bandas e universitários em todas as redes sociais possíveis a favor de um governo, digamos, “de esquerda”, ou, mais “liberal”. Mas a “bolha”, como vocês gostam de dizer, não reverberou nas urnas daqui nem das americanas e o resultado já sabemos bem. NÉ?!?!?!
UK e seu Obama
No Reino Unido, depois de uma campanha quase que totalmente feita no boca-a-boca também pela veia artística local de bandas, atores e millennials em geral, a dúvida se essa militância online serviria para alguma coisa voltou à tona. E, por lá, ela surtiu efeito: a durona May venceu, mas seu partido perdeu a maioria parlamentar, enquanto a popularidade de Corbyn, líder do Partido Trabalhista britânico, só faz aumentar. Corbyn virou, do dia para a noite, um ídolo pop. Sem exagero. De capa da NME a hino com “Seven Nation Army”, passando pelo Glastonbury deste ano, que acontece nesta semana, só dá ele.
Com uma campanha low profile em redes sociais (mais ou menos oito mil reais contra os mais de quatro milhões gastos pelo Partido Conservador nas redes), seus vídeos relativamente baratos impactaram mais de dez milhões de usuários únicos no Facebook. Mas foi com a ajuda da parte artística inglesa que seu nome entrou na boca dos jovens entre 18 e 24 anos que, sem a obrigação de votar, nem pensavam em sair de casa para isso. Mas saíram e fizeram a sua parte, em participação inédita. Além do resultado surpreendente (as pesquisas indicavam maioria esmagadora conservadora), as eleições tiveram um recorde de mulheres eleitas para o parlamento (32%!). Nós acompanhamos de perto e reunimos alguns trechos interessantes da ascensão desse “novo” personagem que, como tudo na Inglaterra, envolve muita música. E Blur e Oasis, claro.
Corbyn, ídolo da cena Grime | Crédito: Jordan Basset
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Thom Yorke, Adele, MIA, James Blake e mais uma quantidade absurda de bandas imploraram para os jovens levantarem a bunda do sofá e irem lá apoiar quem merecia. Até uma hashtag foi criada pela cena grime local: #Grime4Corbyn
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would we like a say in our future? are we sick of being told to leave it to those who "know best " ? V o T e ! https://t.co/SdGnx8BlNE
— Thom Yorke (@thomyorke) May 22, 2017
— Thom Yorke (@thomyorke) June 8, 2017
I REGISTERED TO VOTE TODAY. IVE NEVER VOTED B 4 IN MY LIFE, NEVER BELIEVED IN POLITICX BUT 2017 doin it for the first and only time. ✍️🌹
— M.I.A (@MIAuniverse) May 21, 2017
We did it for Corbyn a human not a well programmed bot. pic.twitter.com/pJiGv5ejLp
— M.I.A (@MIAuniverse) June 9, 2017
Please register to vote. 3 hours left till the registration cutoff. It's the most power we can currently have over our future 🙏🏼
— James Blake (@jamesblake) May 22, 2017
Praying for the chance of a progressive alliance #ExitPoll #ToriesOut pic.twitter.com/P5F86mdSBF
— Formation (@formationmusic) June 8, 2017
Vote x pic.twitter.com/oQMeAqWFQl
— Adele (@Adele) June 7, 2017
VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE VOTE
— Harry Styles. (@Harry_Styles) June 8, 2017
.@KasabianHQ's Serge Pizzorno: 'Jeremy Corbyn is human – he's a real person' https://t.co/NrhhmwhXHp pic.twitter.com/3SdlKBetkd
— NME (@NME) June 19, 2017
these two BFFs would like to remind you to VOTE!!! 👉 this THURS 👈 #ToriesOut pic.twitter.com/ohNCPDHK1J
— FOALS (@foals) June 6, 2017
Tomorrow's such an important day in the U.K. Whatever you do, make sure your voice is heard. Vote. #SaveTheNHS #GE2017 pic.twitter.com/W7G2IOHcXn
— BASTILLE (@bastilledan) June 7, 2017
Don't be a scrote, get out there and vote!
— Metronomy (@metronomy) June 7, 2017
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Lilly Allen chegou a prometer uma demo inédita se os eleitores mandassem algum tipo de prova de que ao menos se registraram para votar:
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Just discovered a USB full of quite good demos . Winning . Register to vote and I'll send you them *screenshot* and @ me. I'll follow and dm
— lily #labourtine🎈 (@lilyallen) May 22, 2017
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Matt Healy, do 1975, prometeu NUDES:
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Vote Labour. I don't know how to use my 'platform' in order to incentivise democracy. But vote Labour and I'll send nudes if that works
— matty (@Truman_Black) June 8, 2017
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JME, um dos maiores representantes do grime inglês ao lado do irmão Skepta, propagou a tal hasthag e entrevistou Corbyn para a revista iD:
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RT @i_D: .@JmeBBK talks to @jeremycorbyn
Coming soon. pic.twitter.com/GQOPP6JSbk
— Jme (@JmeBBK) May 15, 2017
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Corbyn retribuiu o apoio, prometeu ajudar a #CENA e as casas de shows e ganhou ainda mais popularidade, além de arrastar Kate Nash e Ellie, do Wolf Alice, para a campanha:
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Our music industry contributes £4bn to our economy a yr. But every @Adele or @Stormzy1 has to start somewhere. We need culture #ForTheMany
— Jeremy Corbyn (@jeremycorbyn) May 22, 2017
"I love the manifesto" says @KateNash, and so do I, because it is a blueprint to transform Britain #ForTheMany, not the few. pic.twitter.com/GS1wvxAiTL
— Jeremy Corbyn (@jeremycorbyn) June 1, 2017
There's only one day left to register to vote so listen to @ElliecRowsell from @WolfAliceMusic and register now → https://t.co/qXdulxy3Vs pic.twitter.com/Ry0ffw7DPZ
— Jeremy Corbyn (@jeremycorbyn) May 21, 2017
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Mentirosa, Mentirosa! A música “Liar Liar GE2017”, feita pela banda de ska Captain SKA para desmascarar a Primeira Ministra, já tem quase três milhões de views no YouTube (e contando…). A faixa, cujo refrão pegajoso diz “She’s a liar liar!”, traz trechos de discursos de Theresa May e chegou ao quarto lugar das paradas britânicas na semana da eleição, além de ter sido a música mais vendida na loja do iTunes e da Amazon Music. A sensação-do-verão:
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Enquanto isso, um dia antes das eleições, Corbyn estrelava a capa da NME e da revista Kerrang!:
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Como tudo na Inglaterra, seja o assunto comida, política, meio-ambiente ou religião, uma das perguntas feitas pela NME na matéria de capa envolvia, claro, Oasis x Blur. Corbyn chegou a cogitar que se respondesse perderia eleitores, mas, mesmo assim, escolheu… OASIS. Pena que o Liam, sendo Liam, disse que certamente votaria no Partido Trabalhista, mas que não se envolve muito com política e não sabia muita coisa sobre o Corbyn (“nem sobre a outra lá”). Sério. No 03:09:
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Time for Heroes: para completar, Corbyn-star participou de um show do Libertines durante o Wirral Festival se “apresentando” para mais de 20 mil pessoas que lotavam o estádio de Prenton Park. E a recepção foi assim, você vai reconhecer esse ~hino~:
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Jeremy Corbyn at the libertines, my mate pic.twitter.com/UWKltCFXLa
— Joe Bowly (@JoeBowly1) May 20, 2017
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Aconteceu. Claro que o grito de guerra entoado a cada aparição do político-hype só podia ser… “Seven Nation Army”, do White Stripes. Oooooh Jeremy Cooooorbyn. Não sei nem o que dizer, mas o (jornal inglês) The Guardian conseguiu resumir bem:
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Para encerrar, Corbyn será atração do festival Glastonbury deste ano, neste sábado, no palco prin-ci-pal, abrindo para o duo de rap (politizado) Run the Jewels. S I M. Ele já estava no lineup (hehe) do ano passado, mas cancelou a participação após o resultado da votação do Brexit. Neste ano, promovido ao palco principal, e com toda essa legião estrelada de fãs acima, Corbyn conseguiu ‘ticar’ todas as caixinhas do status: celebridade cool da música. Ele não precisa de mais nada (só de mais votos, na próxima). O fundador do Glasto, o dono-da-p•rra-toda Michael Eavis, no alto de seus 81 anos, levará Corbyn pessoalmente até o palco.
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como é que é? jeremy corbyn é “liberal”? volta pra escola, tiozão.