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* Neste mês de outubro, ainda dentro da CMJ Marathon, o “South by Southwest” nova-iorquino, aconteceram alguns shows headliners como Tobias Jesso Jr. na House of Williamsburg, Kate Nash no Bowery Ballroom e dos jovens britânicos Catfish and the Bottlemen no Terminal 5. Tudo na mesma noite, uma quarta-feira dessas. E a nossa correspondente ao festival de NYC, a poploader Isadora Almeida, narra o que viu sobre este último, a escolha dela para a night. E, de quebra, traz uma entrevista feita com a banda no dia seguinte ao show.
“E o pequeno grupo do País de Gales fez bonito mandando seu primeiro “grande” show como atração principal nos EUA. Ainda mais que esse lugar é Terminal 5. A casa não estava com seus 3000 ingressos vendidos, mas era perto disso. Uma evolução tão natural quanto rápida para uma banda que quatro meses atrás tocou num abarrotado Webster Hall (1500 pessoas) e há um ano atrás tocava na ótima e pequena Baby’s All Right (280 pessoas). A América está abraçando cada vez mais a banda.
No show, uma já bem formada e robusta legião de fãs com camiseta da banda. Público jovem e alguns quarentões que pareciam esperar uma nova “banda de rock” que grite bons refrãos faz um bom tempo. Todo mundo cantando junto TODAS as músicas, vale frisar.
Tocaram todas as 11 faixas do único álbum, “The Balcony”, lançado em setembro do ano passado no Reino Unido e em janeiro deste ano nos EUA. O vocalista Van McCann começa o show na estica e termina aos farrapos, com o cabelo inteiro molhado… Tamanha devoção no palco chega a lembrar, talvez, Thomas Mars do Phoenix e Matt Berninger do The National no quesito entrega do vocalista ao público.
O show foi redondo, o som estava limpo e fica claro que é no segundo álbum que eles vão se tornar uma grande banda, porque “The Balcony” é basicamente um compilado de faixas que eles fizeram quando tinham mais ou menos 16 anos. Hoje com seus 23-26 anos, o cenário é outro. E foi sobre isso que conversei direto da Capitol Records em Nova York no dia depois do show com Bondy (guitarrista), Benji (baixista) e Bob (baterista) – Van, o vocalista, estava descansando a voz para os últimos dois shows da turnê que se estendia a dois meses pela América do Norte.
O ano de 2015 tem sido generoso com eles, que se preparam para uma turnê sold-out pelo Reino Unido e inclui dois shows na histórica Brixton Academy, em Londres, esgotados em 8 min!
Começo perguntando sobre o show da noite anterior…”
Bondy – É sempre bom tocar em Nova York, a última vez tocamos no Webster Hall. Agora encaramos o Terminal 5… Para nós, isso é incrível.
Bob – Foi muito legal ver bastante gente. O Terminal 5 é bem grande.
Popload – Qual a principal diferença do álbum primeiro álbum para o segundo, que vocês pretendem lançar logo no começo de 2016?
Benji – A principal diferença é o Bondy – risos. (O guitarrista entrou na banda depois do lançamento do primeiro álbum) Esse álbum vai ser grandioso. É mais sobre se afirmar na vida. O primeiro é sobre garotos querendo sair de uma cidade pequena.
Popload – Dave Sardy é o produtor do novo álbum certo? Ele produziu o “Don’t Believe the Truth”, do Oasis, “Elevator” do Hot Hot Heat e o hino “The Rat” do Walkmen. Todas essas músicas transmitem um sentimento de “grandiosidade melancólica” e soam, hum, londrinos. O álbum vai ter essa pegada?
Bondy – Dave é apaixonado pela cultura britânica, e nós somos britânicos, então vai soar como londrino, não tem como – risos
Benji – Não acho que vai soar melancólico, vai soar o que as letras que o Van escreveu contarem.
Popload – Pretendem lançar álbuns com essa frequência?
Bondy – Não queremos trabalhar com pressão de sempre ter que lançar algo. Mas se Sardy quiser produzir um álbum nosso todo ano acho que podemos fazer isso – risos.
Benji – Não tem nada mais legal que fazer música, então beleza…
Popload – Sobre a loucura que foi o show de vocês no Reading Festival, como vocês se sentiram?
Benji – Foi demais! Cada ano fica melhor. Dessa vez tinham 25 mil pessoas nos vendo e teve muita gente fora da tenda que não conseguiu entrar.
Bob – Foi um dos melhores momentos da nossa vida.
Bondy – Em Leeds (festival-irmão do Reading) foi mais louco ainda, queria que tivessem gravado lá também.
Popload – E o Glastonbury?
Benji – Foi caótico, nossa primeira vez lá como banda e público. Van e o Bondy estavam com infecção alimentar, não sabíamos se eles ficariam bem para o show. Eu só desejava que eles ficassem ok e que a gente conseguisse tocar até o fim – risos.
Bondy – A gente entrou no palco e começou uma chuva inacreditáve. Chovia dentro do palco, tivemos problemas com os instrumentos, tava dando tudo errado. Acho que por tudo isso foi incrível!
Popload – Sobre Steve Lamacq (apresentador da BBC Radio 6) participar do clipe de “Pacifier”, como isso aconteceu?
Benji – Foi ele quem tocou pela primeira vez uma música nossa na rádio. A gente deve muito a ele. Várias bandas convidaram ele para participar de vídeos e ele só aceitou participar do nosso.
Bondy – Ele seguiu a gente em uma turnê foi muito legal. Ele é apaixonado por música acima de tudo. A gente se divertiu bastante fazendo o vídeo e ele também.
Popload – Neste ano os filmes “Almost Famous” e “High Fidelity” completaram 15 anos. Esses longas marcaram muito minha vida. Eles dizem algo pra vocês?
Benji – “Almost Famous” é inteiro incrível, tem um monte de coisa que realmente aconteceu com umas bandas. O “High Fidelity” eu nunca vi, mas é o que o cara fica criando top 5 das coisas né?
Bondy – Sim! E depois que a gente vê esse filme começa a fazer top 5 de qualquer coisa. O livro é genial.
Popload – Bom, preciso saber, vocês tem intenção de tocar no Brasil?
Bondy – Sim, com toda certeza. Lá deve ser incrível, os caras do The Kooks nos falaram que o Brasil é ótimo para tocar!
Benji – Queremos muito! Até nos mandaram nas redes sociais um line-up fake de um festival que a gente estaria escalado…(Lollapalooza 2016) E eu não sabia o que responder.
Popload – Neste ano saiu muito álbum bom. Vocês têm algum álbum favorito de 2015?
Bondy – Ah… Eu tenho que dizer que o Tame Impala novo é irritantemente bom! Kevin Parker é um “Golden God” – risos. Só melhora a cada álbum.
Benji – Não consigo lembrar agora o que foi lançado neste ano…
(Falo o nome de alguns álbuns aleatórios deste ano, dentre eles o “I Love You, Honeybear”, do Father John Misty)
Benji – É deste ano? Nossa… Sim, definitivamente um dos melhores.
Bondy – A gente ouve sempre esse álbum no camarim. É dos melhores, mesmo.
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