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* Esta terça-feira promete ser um dos dias mais importantes para a cultura americana num “pequeno” olhar, com gigantescos resultados para uma esfera muito maior se incluir todos seus desdobramentos (inclusive política externa, alô, Brasil). Acontece hoje a eleição americana.
É importante talvez nem tanto por tentar colocar no “trono” do maior país do mundo o democrata Joe Biden, que parece ser um cara razoável, sem grandes brilhos como um estadista (sdd, Obama). Mais por tirar da cadeira principal de Washington um sujeito retrógrado beirando ao louco chefiando uma nação de loucos como Donald Trump.
Dada a engenharia que é o pleito nos EUA e seus colégios eleitorais e tudo mais, a cultura saiu às ruas nas últimas semanas para dar seu recado, estimular o povo a votar (lá não é obrigatório). Desde a Billie Eilish se apresentando na convenção democrata ate os Beastie Boys liberarem uma música para a campanha de Biden em ato inédito, a música tem tentado de tudo para tirar Trump da Casa Branca.
Obviamente não por isso, mas talvez um pouquinho sim por isso, a eleição já tem comparecimento recorde. Quase 100 milhões de americanos votaram antecipadamente, sendo mais de 62 milhões pelo correio. Coisa deles.
Mas ontem, falando em cultura e música e tudo mais, aconteceu algo que chega a ser emocionante. A cantora Tracey Chapman saiu de seu exílio e foi num desses muitos relevantes programa de fim de noite da TV americana, tocar uma canção especial sua.
Chapman, uma gigante no final dos anos 80, começo dos 90, de voz reconhecidamente distinta, musicalmente relevante tanto para o mainstream e para a galera underground, com preocupações poíticas e sociais de um ativismo enorme, quatro vezes ganhadora do Grammy Awards e seis discos de platina com o estrondoso disco de estreia, que leva seu nome.
O disco em questão, um álbum de estreia, vendeu no mundo todo, nos primeiros dez dias à venda, 1 milhão de cópias. No total, registrado, 20 milhões de cópias no planeta, um dos primeiros discos de uma mulher a ter mais de 10 milhões de cópias vendidas no planeta, por causa de seu primeiro caminhão de hits.
Chapman, que não grava nada desde 2008 e nos últimos tempos só aparece para cantar em eventos de causas sociais, de caridade.
E ontem, para dar um recadinho para as eleições americanas, foi atração do programa do entrevistador Seth Meyer, para cantar e tocar um de seus grandes sucessos, a música “Talkin’ ’bout a Revolution”, muito apropriada para tempos políticos sombrios. E uma das canções com mais covers da história, replicadas no punk, no hip hop e até na música pop.
Foi emocionante ver. O recadinho que ela transmite depois da tocante performance é curto, direto e está no fim da canção.
https://youtu.be/R1P1g4C-Jjg
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