Popload na França. Pitchfork Festival Paris, último dia

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A última noite da edição 2016 do Pitchfork Festival Paris, no sábado e rasgando o domingo, foi marcada pelo, desculpe o termo massivamente usado, “empoderamento feminino”. Porque o negócio aqui foi mesmo o poder delas

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O quarteto californiano de garotas Warpaint (foto acima) mostrou um dos shows mais coesos de sua carreira de quase 10 anos de apresentações irregulares e três bons álbuns lançados, curiosamente depois que soltaram o melhor deles, “Heads Up”, que saiu em no final de agosto junto com entrevistas que revelaram uma quase separação da banda.

Ao vivo, como foi o caso do show de sábado no Pitchfork Festival, o Warpaint perpassou toda sua trajetória, do dream pop viajante influenciado pelos tempos de relacionamentos produtivos com o guitarrista John Frustrante (Red Hot Chili Peppers), no início da carreira, até o seguro power pop de agora, na “fase adulta”, mesmo sem perder essa amarra de viagem musical.

O Warpaint soube mexer com climas, no P4k Paris. Outra das bandas que souberam mexer muito bem com o azul e o rosa das luzes que tingiram a maioria dos shows do festival francês importado de Chicago, o grupo americano espalhou psicodelia pelo Grande Halle de la Villette mesmo em canções cantaroláveis de sua nova fase.

Até que, não demorou muito, para o festival receber no palco a atração principal da noite e de todo o festival, a rapper “guerrilheira” inglesa MIA. E a paz colorida das Warpaint deu lugar a uma violência estética e sonora.

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Seja em entrevistas, seja em sua música, a cantora que acumula funções como cineasta, ativista, produtora de discos, artista visual, modelo e fotógrafa e nasceu no Sri-Lanka sempre abriu fogo contra todo mundo. Da CIA à política de refugiados, Do Google a Beyoncé. Desde o começo dos anos 2000.

E entrou em cena no Pitchfork meio camuflada, algo fashion, dentro de um pesado casaco gigante cor de terra, dizendo: “Paris, quanto tempo… Muita coisa aconteceu aqui desde a última vez que me apresentei na cidade”. Preciso de muito desapego do noticiário do último ano para não entender o que ela quis dizer.

E o resto foi um habitual descarrego de hip hop, raiva, electropunk, contundência, dance music, quebrando por uma hora e por completo o clima cool e viajante do Pitchfork Festival Paris, fazendo o evento, se é que era mesmo necessário, botar um pouco os pés no chão.


**** A Popload viaja pela Europa à convite da Air France.

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