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* Fui ontem ver o empolgante (sqn) Coreia do Sul x Bélgica no Itaquerão, último jogo da primeira fase do Brasileirão. Fui eu e mais de 60 mil pessoas, entre elas grupinhos de belgas e grupinhos de coreanos, que tingiam de vermelho faixas das cadeiras do estádio paulistano do Mundial. Eu não tinha a mínima ideia do que os coreanos cantavam em coro, ainda que em menor número e em som baixo para uma arena como a de Itaquera. Mas a melodia era bem bonitinha, de arquibancada mesmo.
Já os belgas cantavam duas músicas. Uma era cópia do que cantam os ingleses, uma bem tradicional da torcida que tem as músicas de arquibancadas mais legais do planeta (junto com os argentinos). E a outra, que eu não entendia direito, mas que também era em inglês e tinha “proud” na letra em algum momento, possuia uma melodia bem bacana.
Aí eu fiquei pensando na música “clássica” do país do futebol e dono da casa da Copa, no caso o Brazeel.
Eu, que frequento estádio desde pequenininho, mesmo entendendo que torcida de Copa “é diferente”, não sei de onde veio e por que se propagou tanto essa desanimada e feia “Com Muito Orgulho, Com Muito Amooooooor”, que alguns defendem que nasceu no vôlei e foi trazida para o futebol, o que em princípio já é gozado. E não é possível que belgas e coreanos saibam cantar em arquibancada e a gente, do país pentacampeão mundial, não. Porque, afinal de contas, músicas de torcida empurram times. Não desanimam.
Veja o caso americano. Espécie de sensação do Mundial brasileiro de um modo que nem os próprios americanos estão acreditando, o time dos EUA, que até outro dia era “café-com-leite” em Copas do mesmo modo que a Coreia ainda é, tem o maior número de torcida estrangeira no Brasil, para este Mundial. E não é que os ianques têm uma das músicas de arquibancada mais legais também, vindo da “massa” azul e vermelha? É a agora famosa “I Believe That We Will Win”, esta canção do vídeo baixo, uma marchinha simples que saiu de uma propaganda da ESPN para ser cantada até pelo ator Will Ferrer em festinha americana em Recife, na véspera do jogo contra a Alemanha. Canção esta que mexe com a arquibancada e passa uma energia à seleção em campo, como vi em algum lugar nas palavras do meio campista Jermaine Jones.
Não deve ser difícil para a seleção brasileira ter uma música decente vindo de sua torcida. Por exemplo, uma canção adaptada de algum sucesso musical, que todo mundo saberia cantar. Como fez recentemente a torcida do sempre simpático Botafogo do Rio de Janeiro, que levou para a arquibancada um hit do cantor Sidney Magal e ficou incrível. Dá uma olhada:
Ou, como apontou o brother Maurício Teixeira em seu ótimo Blog de Bola, o exemplo poderia estar na nossa cara, mas acaba sendo usado por outros gringos improváveis. Por exemplo, a torcida do time sueco Djurgårdens, de pouca expressão internacionalmente e de um país que nem veio para a Copa. Mas que empurra seu time com um funk proibidão carioca, adaptando o “Rap das Armas”, de Cidinho e Doca, que foi usado no filme “Tropa de Elite” e virou sucesso aqui e lá. Por mais “bélico” que seja o significado da música, ela tem um ritmo contagiante e que cabe perfeitamente numa arquibancada de futebol. E, como disse o Maurício, é só enfiar um “Brasil” ali no meio que deve ficar bom.
Sente a rima sueca:
Amanhã tem Brasil x Chile no Mineirão. Será que galera vai usar muito o desanimador “Eeeeeeeeeeeeeeeeu…”? Em BH, provavelmente meio atordoados com isso tudo, foram marcados ensaios para a torcida aprender novas músicas para o jogo de amanhã. Tem na noite desta sexta, na Savassi. E amanhã de manhã no Mineirão, horas antes do jogo. Será que dá tempo?
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