Banda que consegue ser clássica e atual ao mesmo tempo. Juntar pop e indie na medida perfeita. Ter sido relevante nos anos 90 e ser relevante com disco novo nos 2020. E juntar toda essa informação para entregar o melhor show ao vivo e o mais carismático do ano. Sim, estamos falando da apresentação do Blur no festival Primavera Fauna, em Santiago, no Chile, na sexta-feira.
Os brasileiros perderam essa? Sim, mas não foi por falta de tentativa, pelo que a gente sabe. O showbis sabe ser cruel.
Pior é a ameaça do Damon Albarn, dizendo que os chilenos estavam vendo ali o penúltimo show da história do Blur. Coisa que ele repetiu no palco argentino, como “último”, ontem à noite, no Primavera Sound de Buenos Aires. Será?
Mais do que encerrar tudo com “The Universal”, tanto nos shows do Fauna e do Sound, o Blur mostrou que, sim, é uma banda de sonoridade mais universal e que atravessa gerações desde o comecinho dos 90, quando iniciaram até antes de o movimento britpop tê-la forjado como uma de suas bandas essenciais.
Tanto os primeiros hits noventistas tipo “For Tomorrow” quanto as muitas tocadas do disco novo, de agora 2023, o Blur é uma banda na pontas dos cascos, agradando tanto o público saudosista da época das briguinhas com o Oasis quanto os que acham que o cara que está cantando é o “vocalista do Gorillaz”.
A maioria das músicas da primeira parte da apresentação é do recente “The Ballad of Darren” e o show em nenhum momento é “morno” por conta disso.
E, acrescentando que as estripulias de palco de Damon Albarn e as guitarrices do ótimo Graham Coxon ainda fazem total sentido, o fato de a banda ter feito um disco novo bom (ótimo ao vivo) é mais um grande motivo para não ter essa coisa chata de “penúltimo/último” show.
C’mon!!
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* Como bônus, segue o concerto completo de Buenos Aires, de ontem à noite. O tal “último show do Blur”.