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(((Fotos: Oswaldo Corneti)))
Ah, o Wilco… Na primeira vez que a banda (desse porte, com essa representação junto ao público indie e esse total de discos importantes que ajudam a contar a história do rock alternativo americano desde a época pré-Nirvana, a das college radios) veio acertar contas com São Paulo, o show foi não menos histórico por onde quer que se olhe. Depois de anos e anos tentando trazer a banda que os festivais grandes não querem, a Popload Inc. viu um sonho ser realizado. Não só nosso.
Para não ficar com muito blablablá emotivo, e já a quase uma cena da avassaladora passagem do grupo de Jeff Tweedy por nossas vidas, vou usar trecho da crítica do show do Wilco que saiu no jornal “O Estado de S.Paulo”, nas letras precisas do jornalista musical Pedro Antunes, que disse o seguinte, em trechos.
“O Popload Festival deste ano, contudo, mostrou que não existe maniqueísmo musical quando se trata de uma dessas duas bandas [Wilco e Libertines, as atrações principais]. Há, sim, escuridão no Wilco – e ruído é o que não falta para Tweedy, John Stirratt (baixo), Glenn Kotche (bateria), Mikael Jorgensen (teclado), Nels Cline (guitarra) e Pat Sansone (guitarra, na maior parte das vezes). Barulhento como uma banda de garagem recém-formada – e se divertindo com isso -, o grupo usa o tempo de estrada (20 anos) a seu favor no palco.
“Com algumas mudanças com relação ao repertório escolhido para o show no Rio de Janeiro, na quinta-feira, 6, o Wilco favoreceu a arena na qual se apresentava. O Urban Stage, com capacidade para 8 mil pessoas, é o oposto do pequenino e fechado Circo Voador carioca. Houve mais espaço para o disco sem firulas (embora delicado) Sky Blue Sky, com as lindas Either Way, Impossible Germany e Side With the Seeds, e diminuiu-se em duas canções a quantidade de escolhidas do clássico Yankee Hotel Foxtrot, mais introspectivo e nublado.
“A melancolia inerente na voz e nas composições de Jeff Tweedy, no palco, ganham outra dimensão. Ganham vida, melhor dizendo. Nos álbuns de estúdio, os versos ardidos escorrem vagarosos até encontrarem as feridas nos corações dos ouvintes. Ao vivo, não há espaço para isso. Por mais que Tweedy cante o desamor, a desilusão, a saudade e a ausência, o restante do Wilco preenche e potencializa os dizeres do vocalista. Nada de sutileza ou delicadeza. No palco, o Wilco distribui bordoadas sem dó – Nels Cline e Glenn Kotche esmigalham seus instrumentos um sem número de vezes para garantir que isso aconteça com uma frequência impressionante.
“Duas horas e 27 canções depois, elogios ao público brasileiro, pedidos de desculpa pela ausência, o Wilco deixou o palco montado no Urban Stage. Sobrou um assombroso silêncio, só preenchido pelo zunido nos ouvidos daqueles que testemunharam o debute de Tweedy e companhia por aqui.”
Veja imagens e vídeos do show de sábado do Wilco, no Popload Festival.
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Showzaço! Mandou muuuito bem, Lúcio. No domingo eu posto os vídeos de Buenos Aires (vai ter Flaming Lips também).
Traz o Manic Street Preachers no ano que vem!