Popload encontra o maior fã brasileiro de Sigur Rós. E ele estará no show desta quarta, em São Paulo

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** No calor do show do ano, que acontece na noite desta quarta-feira, no Espaço das Américas, em São Paulo, a Popload abre espaço para o jornalista Luciano Vianna, do Rio de Janeiro, que viu a banda pela primeira vez em Londres, há um bom tempo atrás, em apresentação acompanhada por ele e mais ou menos outras 70 pessoas. Luciano fala de todo seu histórico com a banda islandesa, que será atração do Popload Gig, com uma passagem melhor que a outra.

Abaixo, o texto do Luciano Vianna, especial para a Popload.

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A primeira vez que assisti o Sigur Rós foi no salão de catequese da Union Chapel, em Londres. A banda, que nunca tinha se apresentado fora da Islândia, tinha sido contratada para lançar seu segundo disco na Inglaterra pelo selo Fat Cat e o pessoal da gravadora resolveu convidar alguns jornalistas para apresentar o grupo num show privado no norte de Londres. Bem, éramos umas 70 pessoas e todos ficamos em estado de choque, ninguém poderia esperar o que vinha naquela uma hora de show em que as músicas do Ágætis byrjun seriam tocadas na sequencia do disco.

Daí em diante o Sigur Rós se tornou uma das minhas 3 bandas preferidas e assisti eles em lugares como a própria Union Chapel (dessa vez dentro da igreja numa noite que estava ainda ao lado do mestre Fabio Massari e cuja foto aparece ate no seu livro sobre a história da música pop islandesa), no Royal Albert Hall, no Astoria (se não me engano ao lado do titular daqui, meu amigo Lucio Ribeiro, num NME Awards com abertura do Bonnie Prince Billy, não foi Lucio?) , no México, na França, até mesmo na Islândia, no lendário show de retorno da banda ao seu país natal depois de 4 anos sem se apresentar por lá.

Foram 14 shows com diferentes formações, diferentes palcos, diferentes estados de espírito. Até essa série de 3 shows em 5 dias que eu tive a sorte de assistir na Califórnia esse mês. Essa turnê foi criada para ser uma espécie de warm up para as apresentações que a banda marcou no Walt Disney Music Hall, em Los Angeles, onde, foram a atração principal de um festival dedicado à cultura islandesa. É lógico que os ingressos para os três shows acompanhados pela LA Philarmonica esgotaram em questão de minutos. Nesse mundo globalizado, pessoas do mundo inteiro correram atrás dos ingressos para essa ocasião inédita.
Mas vamos ao início. Alguns dias antes, a banda havia feito 2 shows no norte da Califórnia, em cidades grudadas, no Greek Theater em Berkley, dentro da famosa Universidade e no Fox Theater em Oakland, lar dos galáticos do basquete Golden State Warriors.

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Como os 2 shows tiveram o mesmo repertório, pouca coisa mudou entre eles. Esses são alguns dos primeiros shows da banda como um trio. No palco os três se revezam entre seus intrumentos de origem, teclados e sintetizadores. Quem mais sofre com isso e parece ainda não estar a vontade é o baterista Orri Páll Dýrason, que, nas músicas onde se divide entre bateria com uma mão e pés e teclado com a outra mão, ainda se enrola um pouco e as vezes erra notas ou algum tempo de caixa. Nada que não vá ser corrigido com o tempo de turnê, que ainda tem dezenas de shows por todo o mundo, inclusive um entre nós, em outubro, na Popload Gig.
O show, que não tem banda de abertura, é dividido em 2 partes. Na primeira, mais intimista, a banda arrisca no repertório com músicas novas e raramente tocadas como Á, Nidur e Smáskifa, numa espécie de warm up para o que vem por aí.

E é na segunda parte que o bicho pega. Com o telão de alta definição a pleno vapor e toda iluminação do palco a mil, a banda volta para atacar alguns dos seus maiores hits (Hoppipolla está ficando de fora dessa turnê, infelizmente) como Starálfur, Ný Batterí, Festival e encerrando apoteoticamente com uma versão de quase 10 minutos de Popplagið. O público, extasiado, aplaudiu de pé por minutos a banda que teve que voltar duas vezes para agradecer.

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Três dias depois, foi a vez de rumar para Los Angeles para ver os islandeses se apresentarem, dessa vez com toda uma orquestra de fundo, em novas versões de suas músicas. O lugar, o Walt Disney Music Hall, é conhecido por ter a melhor acústica do mundo. Eu já tinha ido lá alguns dias atrás, para a abertura do Reykjavík Festival e assistido Amina, Olofur Arnalds, Múm, entre outros e pude constatar in loco a perfeição do som do local.

Era a primeira das três noites do Sigur Rós no festival e o clima de tensão estava no ar. Pessoas do mundo inteiro (do meu lado tinham 2 peruanos que vieram apenas para ver os três shows, na frente asiáticos falando alguma língua que não entendi, pude ver 2 camisas de times brasileiros na platéia, etc…) aguardavam pela apresentação, que começou com a Filarmônica de Los Angeles no palco tocando peças islandesas até que o trio Sigur Rós foi chamado. Daí em diante o que se viu foi pura magia. Músicas como Tákk, Glosoli, Staraful, Festival, ficaram, como posso dizer, celestiais, com os arranjos do maestro Esa-Pekka Salonen, arrancando lágrimas de muitos presentes.

Após um breve intervalo, a banda volta apenas como trio e desfila 6 hits seguidos para o delírio dos fãs. De Sæglópur, Ný Batterí e Vaka até E-Bow, Kveikur e Popplagið. No final, visivelmente emocionados (Jonsi deixou até cair algumas lágrimas), a banda parecia aliviada por tudo ter dado certo e ter proporcionado essa noite inesquecível para os 800 felizardos que puderam acompanhar ao vivo.

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** O Popload Gig com o Sigur Rós é nesta quarta, com pouquíssimos e últimos ingressos à venda na Ticketload. À Folha de São Paulo, a banda informou que não sabe se voltará a fazer longas turnês pelo mundo em um futuro próximo. Então, se eu fosse você…

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