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*Foto por Andy Hughes/NME
Explicando desde já: aqui na Popload, quando a gente gosta de alguma coisa, é “garrou amor” mesmo. 🙂 Ouvimos até cansar (ou até a banda sumir, o que em alguns casos pode ser em alguns meses). E nem precisa muito para entrar na nossa lista de melhores-do-ano-hoje, é só a gente encanar mesmo. No-frescuras por aqui.
Slaves, a dupla esquentadinha e esperta de Kent, na Inglaterra, entra nessa categoria “amamos muito tudo isso”. Falamos algumas vezes deles por aqui: um vocalista/baterista (Isaac Holman) e um guitarrista (Laurie Vincent), nos seus 20 e muitos poucos anos, que fazem punk-rock de garagem. Acho que essa definição já resume todos os ingredientes da bagunça sonora: berros, batida acelerada, riffs crus e repetidos de guitarra, pouquíssimos acordes, uma raiva que vem sabe-se lá de onde… você entendeu. Aliás, só de olhar para os dois figuras acima, dá para cheirar confusão.
Uma cutucada no Bono aqui, uma zoadinha no Arctic Monkeys ali, uma apresentação doida no programa do Jools Holland e ainda uma cover de LCD Soundsystem na BBC e o aguardado álbum de estreia (se você achar que o EP deles não era um álbum propriamente dito), “Are You Satisfied?”, já nem precisa de tanta divulgação assim.
A bomba sai no dia 1º de junho e, ontem, o duo lançou um single que dá um tapinha na cara de Londres. De leve. Se bem que, no quesito tapinha-na-cidade-que-amamos, comparada à “New York, I Love You But You’re Bringing Me Down”, essa música do Slaves está mais para uma bicuda na canela (*com coturno Dr. Martens).
“Cheer Up, London! You’re already dead but it’s not that bad!”, berra Holman, que no começo ainda dá aquela risada histérica, sarcástica e pavorosa a la Sex Pistols (em “Anarchy in the UK”):
Tirando o Parquet Courts, não consigo lembrar de outra banda, hoje e nesse estilo, tão boa quanto. A primeira vez que vi uma foto do Slaves achei que eles tivessem saído do elenco de “This Is England”, filme que mostra a parte deprê de Londres com foco nos skinheads dos anos 80, e que acabou virando seriado. Ou daquela turma “loser” que sempre aparece nas melhores cenas dos filmes do Guy Ritchie. O jornal inglês “The Guardian” também acha e tem uma definição perfeita: “Slaves é como o Black Keys seria se eles tivessem crescido vendo os filmes de Shane Meadows”.
Segura os Slaves. Se você não estiver morto. Mas isso não é tão ruim assim!
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