Os indies e o Milton. A MPB já é coisa para se guardar debaixo de coletâneas

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* Quero falar uma coooooooooisa. Quem diria, o indie nacional foi se ver em… Milton Nascimento.

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Essa história é recente mas não é de hoje. E está tomando várias formas. Caetano Veloso cantou recentemente no festival goiano Bananada. O proprio Milton Nascimento fez turnê com o rapper-indie-MPB Criolo no ano passado e neste. Teve evento que juntou Tom Zé e O Terno. Essa mistura e junção de gerações ganhará sua maior forma, acredite, a partir de agora, com mais encontros do velho e do novo, festivais importantes (e grandes) nascendo só para o gênero, festivais históricos renascendo. Eye, eye!

No meio disso tudo, a cena independente teve a pachorra de fazer não um, mas DOIS discos dedicados à obra de Milton Nascimento, ícone da MPB mais… mais… mais… pura, carioca (não sabia!) que se diz mineiro-de-coração, que ajudou a fundar o Clube da Esquina em BH nos anos 70, um dos movimentos mais… mais… mais… puros da MPB nacional.

O projeto Mil Tom, de Pedro Ferreira para o site Scream & Yell, do brother Marcelo Costa, teve a mineirice de Pedro como catalisador, para lembrar os 50 anos de carreira do artista e os 40 do lançamento do álbum “Clube da Esquina”, disco coletivo capitaneado por Milton e Lô Borges, que deu origem à série de compositores mineiros.

A homenagem vai do rock ao hip hop de língua “brasileira”, inevitavelmente resvala na nova psicodelia indie que tem um pé na esquina mineira, mas se concentra obviamente na nova MPB. O harmonioso encontro geracional a que me referi, seja por afinidade, seja por sobrevivência. O resultado é, obviamente, como a maioria das coletâneas do gênero, irregular. Mas o que é bom chega a ser bem bom. A velha MPB nunca foi boba e traz hoje a nova para perto. Ou vai até à nova, o que é diferente. Enfim.

Reinterpretando a linguagem do Milton estão Vanguart, Selvagens à Procura da Lei, Karol Conka, Baleia, Banda Tereza, Rashid, Los Porongas, entre outros.

Abaixo, então, ficamos assim: abaixo destacamos a rapaziada psicodélica do Outs mexendo no totem “O Trem Azul”, uma das canções-símbolo do Clube da Esquina.

Aqui você pode ouvir na íntegra “Mil Tom Volume 2”, lançado nesta semana.
E, aqui, o volume 1.

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