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* A história é toda ela doida. Numa explicação rápida, em tópicos, é mais ou menos assim:
– Ela começa com a banda bem doida de hip hop punk experimental californiana Death Grips, gênia. Os caras tinham marcadão um show no Lollapalooza no final de semana, além de um offshow concorridíssimo num clube de Chicago. O Death Grips não apareceu e não deu satisfação. Nesse clube, o Bottom Lounge, o palco da banda estava armado, com instrumentos, bateria e banner. Tinha uma “carta suicida” “enfeitando” o fundo do palco. E um looping de uma música pré-gravada do Death Grips. De raiva, os fãs enfurecidos com a não aparição da banda invadiram o palco e quebraram tudo. Investiga daqui, questiona dali, soube-se que toda a quebradeira no clube e a chiadeira e o palco vazio do Lolla com os fãs esperando foram filmados por staff do Death Grips. Agora rola que o não-show foi proposital. A banda armou tudo, e nunca teve a intenção de tocar. Parece que vão usar a filmagem em um vídeo oficial. Pode? O não-show teria sido O SHOW do Death Grips.
– Aí chegamos, anteontem, no caso “Daft Punk no Stephen Colbert”. Você leu aqui, o misterioso e mais doido ainda duo francês de robôs humanos-afinal-de-contas estava marcado para tocar no famoso programa de TV do apresentador Stephen Colbert, do Comedy Central. No site da emissora, estava lá o Daft Punk anunciado, como atração do Colbchella, a parte musical do programa que é até um festival mesmo. Enfim. A cascata era que, duas horas antes de entrar no ar, Cobert foi avisado que o Daft Punk não iria se apresentar, por motivos contratuais. Eles serão (seriam) a atração surpresa do VMA, da MTV, daqui uns dias, e não poderiam mostrar “Get Lucky” pela primeira vez ao vivo no Colbert.
– Em reportagens que envolvem o “New York Times”, “Pitchfork” e “Billboard”, estão chegando à conclusão de que o Daft Punk nunca tinha mesmo a intenção de se apresentar no Colbert, na parte do Colbchella que se chama “biggest performance in summer history”. O apresentador teria até na manga uma performance gravada (uma semana antes) com Robin Thicke, do megamasterblaster sucesso “Blurred Lines”, um trunfo poderoso que sequer foi anunciada. Estranho.
– Lá nos EUA estão supondo que ou foi mais um truque do Daft Punk e Colbert realmente não sabia. Ou tudo foi uma peça promocional arranjada pelo Comedy Central e MTV para agitar a premiação desde já (as emissoras pertencem ao mesmo dono) e Colbert sabia. E por isso já tinham armado o Thicke como forte atração substituta. Na parte gravada com Thicke no dia 31 de julho, Colbert diz que está em situação embaraçosa, talvez perca o emprego e pergunta se tem alguém na plateia que o podia salvar com um “hit do verão”. E lá estava Thicke. Estranho, hahaha.
Bom, escolha sua razão predileta.
A moda agora é show de não-show. Ou o show sendo o não-show. Entende?
– De todo modo, Cobert ficou com “Blurred Lines”, a música do ano (junto com “Get Lucky”), para passar no programa. Nada mal.
The Colbert Report
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