A morte chegou aos Smiths. O grande baixista Andy Rourke se foi hoje, vítima, aos 59 anos, de um câncer pancreático que já o consumia há algum tempo. A notícia do passamento de Rourke foi dada nas redes sociais pelo guitarrista Johnny Marr, amigo de ex-banda do baixista e ex-bff de escola.
A morte de Rourke enterra de uma vez o sonho de uma volta dos Smiths. Pelo menos na famooooosa formação original.
Uma das principais bandas independentes da história, grupo de Manchester do pós-punk liderado pelo controverso e genioso/genial vocalista Morrissey, os Smiths acabaram em grande briga de Morrissey x Marr em 1987.
Pelo menos um dos gigantescos festivais do planeta, o californiano Coachella, ofereceu mais de uma vez uma fortura por um show de retorno dos Smiths, arrancando sempre a mesma resposta de Morrissey: “Nem em um milhão de anos”.
Embora os fãs de Smiths tinham olhos maiores para a criatividade nas letras de Morrissey e no brilhantismo e jeito único de Marr nas guitarras, o baixo de Andy Rourke sempre foi marcante nas grandes músicas da banda. Veja algumas passagens do baixista abaixo.
Morrissey e o já saudoso Rourke a princípio mantiveram a amizade. Rourke chegou a empunhar seu baixo como colaborador dos primeiros dois discos solos do vocalista difícil. Mas, anos depois, ele e o baterista Mike Joyce entraram na Justiça contra Morrissey x Marr por questões de direitos autorais e divisões de dinheiro.
Morrissey e Marr postaram depoimentos emotivos sobre Rourke, nas redes sociais e em seu site, no caso do ex-líder dos Smiths.
Morrissey disse que o baixista era um “feixe de luz”.
“Quando alguém morre, surgem os afagos costumeiros à pessoa. Eu não me sinto preparado para fazer isso a respeito de Andy. Eu só espero, onde quer que ele tenha ido, que ele esteja OK. Ele nunca vai morrer enquanto sua música for ouvida. Ele nunca soube do próprio poder que tinha. E nada do que ele tocou foi tocado por qualquer outra pessoa. Sua excelência era tão maravilhosa e não-convencional que foi ele que provou que seu estilo poderia existir… Eu imagino que, no final de tudo, a gente espera sentir que o que fizemos em vida valeu a pena. E com isso Andy não precisa se preocupar”, escreveu Morrissey.
Johnny Marr se lembrou dos tempos em que ele e Rourke foram amiguinhos inseparáveis de escola, nos anos 70. Até que Marr foi morar na casa do baixista, com ele e os três irmãos. E que desde então começaram a estudar música juntos.
“Eu estive presente em cada linha de baixo que Andy construiu para todas as sessões de gravação dos Smiths. Algumas vez estive como produtor e outras apenas como um fã, todo orgulhoso do amigo. Vê-lo tocar aquelas deslumbrantes linhas de baixo foi um privilégio absoluto. Mas a vez que sempre me vem à mente foi quando eu estava sentado perto dele na mesa de mixagem assistindo ele tocar seu baixo na música ‘The Queen Is Dead’. Foi tão impressionante que eu disse para mim mesmo que nunca esqueceria aquele momento”, Johnny Marr se pronunciou a respeito do amigo.