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* Deve ser o vento psicodélico que sopra no novo rock, mas me peguei curtindo bem o disco de uma banda cujo nome é esquisito e parece saída do rock gaúcho, mesmo sendo de Araraquara, no interiorzão de São Paulo.
Nome esquisito de banda, quem nunca? Banda indie nacional parecendo o Cachorro Grande, quem nunca?
Mas vale dar uma boa ouvida no… Churrasco Elétrico. Segundo definição própria encontrada em busca de mais referências, trombei na internet com um esclarecimento sonoro da própria banda que (se) diz tipo isto: “Oriundo de uma região do interior paulista conhecida por “Campos de Araraquara”, o Churrasco Elétrico cativa a mocidade com músicas afinadas com o rock e a psicodelia enraizada nesta terra, fazendo por nossas próprias palavras o Rock Grilê”.
O Churrasco Elétrico, hoje, é um quinteto, já podemos dizer, paulistano. Nasceu em Araraquara, mas veio para São Paulo para “se firmar”. Parece banda de Minneapolis que se muda para o Brooklyn para tentar a sorte.
Da aventura em SP nasceu o primeiro EP da formação atual em constante mutação, que acaba de ser lançado. Chama “Vol. 1”, porque o grupo tem muitas músicas prontas e logo mais vêm o “Vol. 2”, “Vol. 3″… até montarem o primeiro álbum, me disseram.
Esse EP de estreia é puxado por “Ela Não Me Deixa Ser o Cara”, algum zeitgeist involuntário com o Roberto Carlos, cujo som anos 60/70 não fica distante no referencial, no vocal. A Jovem Guarda, ou parte dela, foi a nossa psicodelia pré-Mutantes, com seus teclados dramáticos. O Churrasco Elétrico tem isso, é carregado por isso.
Atravesse essa primeira música, e o EP só melhora. “Trovejar”, a que vem a seguir, é ótima, de tão debochadamente básica. Sonoridade impecável, das guitarras à bateria e teclados, do jeito de cantar às letras. É tipo tudo o que você ouviu por aí. Mas que funciona que é uma beleza com o Churras (Sorry, não resisti!): “Se começar trovejar, não volto para casa. Talvez, se chove, eu volto pra você”, assim, desse jeito, antecipando o duelo solo de teclado vs. guitarra. Se a 89FM for uma rádio para representar alguma coisa para alguém no meio da cena nacional, tocaria mais músicas desse tipo do que as que toca do Nickelback.
Faltam duas músicas para acabar o EP. “A Melhor Companhia da Cidade” é boa também e já ganhou vídeo esperto. Já já mostro. É tipo música com nome “como assim?” que pode enganar pelo andamento “normal” inicial, mas cresce bem. O disco acaba com “O Dor”, que acho ser mais bem batizada como “Ô, Dor”ou “Oh, Dor”, é a baladaça do disco. Talvez minha preferida. Talvez. Letra ótima e a melhor combinação voz-teclado jovem guarda. Rola até um pianinho.
Agora é com você. Encare aí o Churrasco Elétrico. Quero ver.
O Churrasco Elétrico é Lucas Gorla – Vocal; Fábio Farello – Guitarra; Eduardo Barreto – Baixo; Roger Alex – Piano; e Gustavo Beber – Bateria.
Obviamente, já os convidei para uma Popload Session. Quero vê-los ao vivo.
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