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* The kids are alright em Porto Alegre.
Dois moleques amigos “brothers”, Nick e Kim, respectivamente 16 e 17 anos, esses da foto acima, montaram uma banda não faz nem um ano. Eles se conhecem desde bebês. Nick, o da direita, canta e toca guitarra. Kim é o baixista e a segunda voz. Por falta de um nome melhor, escolheram Garage Monsters. Foi o pai de um deles que resolveu decidir, elegendo o nome “menos horrível” da lista da qual eles pensaram para o batismo. Cantam em inglês e não é que exatamente moraram no exterior ou passam horas em escolas de línguas. Nick desenvolveu o “idioma do rock” na internet mesmo e com videogames, como 90% da geração dele. Na guitarra solo botaram outro amigo de infância, o Ernesto, que conhecem desde uns 3 anos de idade, sumiu por um tempo e reapareceu na vida deles. Estavam com problemas em encontrar um baterista. Como não acharam, meteram as baquetas na mão da Tai, namoradinha do Kim, que nunca tinha tocado antes. Ela está aprendendo na marra. Vc assistiu “Scott Pilgrim contra o Mundo”, não?
O Garage Monsters conseguiu um apadrinhamento de um dono de estúdio em Porto Alegre, amigo dos pais, que conhecem os “guris” desde bebês. Eles tocam lá, no Studio Dub, duas horas por dia. A regra é: vai para a escola de manhã, tem o estúdio à tarde. Nunca mais faltaram às aulas.
O som deles é meio punk, meio indie, tipo Libertines mesmo. Você consegue ouvir Clash em algum lugar ali no fundo, com a camada de punk tosco juvenil na superfície. E atualizado para os dias de hoje, como fizeram os moleques amigos brothers Carl Barat e Pete Doherty. A voz do Nick é largada, gostosa. Incrível mesmo. A guitarra é impressionante, se você levar em consideração a idade dos meninos e o tempo de banda: ela chega a chorar na mão do Ernesto.
O Garage Monsters fez sua primeira apresentação ao vivo “para valer” em julho, no Beco “original”, lá do Sul. No próximo dia 17 de setembro, foram convidados para abrir na cidade o show do CJ Ramone. Vai vendo. Tudo a ver.
Eles estão comemorando porque vai ser o primeiro show deles com cachê. Ou pelo menos com um cachê decente.
Os meninos têm uma dezena de músicas prontas. Ou “prontas”. Mas não se sabe se eles vão querer queimá-las em um disco. Talvez sim, talvez não. Eles são de outra geração. Querem compor, gravar, botar na internet, fazer shows.
Algumas das canções do Garage Monsters estão no Soundcloud, dá uma caçada.
A Popload não é a primeira a botar olhos grandes no Garage Monsters. Por conexões do indie nacional, o já tarimbado Chuck Hipólito, ex-Forgotten Boys, mixou o “single principal” deles, a incrível “Twenty Three”. Você, conhecendo a história da banda, essa descrita acima, percebe que tudo na música está no lugar certo, como tem que estar. O vídeo, com cenas caseiras deles, chega a ser emocionante.
Uma outra música que este blog destaca é “Bites”, com latidos e tudo, que você vai à fundo e descobre que foi produzida por Marcos Rubenich, da veterana e barulhenta banda Walverdes, patrimônio do indie gaúcho e nacional.
* Eu não sei você. Mas eu estou cada vez mais entusiasmado em conhecer bandas novas como esta. Muito prazer, Garage Monsters.
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