O Grammy 2023, cerimônia musical americana que aconteceu ontem em Los Angeles, foi aquela água, como sempre é. Mas, vendo daqui de longe com um olhar brasileiro, a gente notou que:
1. As performances, como sempre, salvam. O lendário Stevie Wonder tocando sua clássica “Higher Ground”, com o herói country Chris Stapleton, brilhou na noite que teve ainda Wonder fazendo um medley de sucesso da Motown com o bem-vestidaço Smokey Robinson, outro ícone. O grande Steve Lacey arrasou com sua “Bad Habit”, talvez a melhor música do ano passado inteirinho (que perdeu, claro). Uma teatral Harry Styles mandou uma teatral “As It Was”, antes de levar para casa o principal prêmio da noite, o de “Álbum do Ano”.
2. A rainha Beyoncé (foto da Reuters na home) fez história, se estabelecendo como o ser humano que mais tem trofeuzinho do Grammy em sua sacola. Ontem ela levou mais quatro, totalizando 31. Seu mais recente álbum, “Renaissance” ganhou melhor disco dance. E três de suas faixas garantiram outros daqueles prêmios pulverizados em categorias: “Break My Soul”, “CUFF IT”e “Plastic Off the Sofa”.
3. Nossa Anitta NÃO levou o premiozão de revelação do ano, como esperávamos. Ganhou a cantora de jazz nova-iorquina Samara Joy.
4. Um dos pontos altos da noite foi a homenagem aos 50 anos do hip hop americano, que teve performances de muitos artistas representando o passado, o presente e, por que não?, o futuro do gênero. De LL Cool J ao pioneiro Grandmaster Flash, passando por Ice T, Run-DMC, Method Man, Missy Elliott e muitos outros nomões do rap dos EUA estiveram na bagunça boa. A homenagem ao hip hop teve curadoria e produção do Questlove e de sua banda, The Roots.
5. Do nosso lado indie, as meninas (e os meninos) da banda britânica Wet Leg levaram dois prêmios. O álbum de estreia homônimo como melhor disco “alternativo” e o hit “Chaise Longue” como melhor performance ao vivo da “música alternativa”. O álbum “Yankee Hotel Foxtrot”, do Wilco, um dos discaços de 2001, levou os prêmios de “Best Historical Album” e “Best Album Notes” (os encartes do disco).
Deixamos passar algo de bom, Kendrick?